HELLOWEEN

Após uma longa espera, os californianos DARK ANGEL acabam de lançar um primeiro avanço para o álbum que marca o seu regresso às edições após 34 anos de silêncio.

Trinta e quatro anos após o lançamento do clássico «Time Does Not Heal», os californianos DARK ANGEL revelaram finalmente o seu primeiro tema novo desde 1991. A canção dá título ao novo álbum da banda — «Extinction-Level Event» — e marca não só o regresso discográfico do grupo mas também a entrada numa nova fase, emocionalmente marcada pela ausência do guitarrista Jim Durkin, falecido em 2023.

A estreia do tema ao vivo aconteceu recentemente, confirmando aquilo que muitos fãs suspeitavam: o regresso dos DARK ANGEL ao estúdio não era apenas promessa, mas uma realidade sólida. A banda de culto do thrash gravou o novo disco nos Armoury Studios, em Vancouver, no Canadá, com produção de Rob Shallcross e mistura assinada por Mike Fraser, nomes respeitados no meio. A edição será feita via Reversed Records, estando prevista para mais tarde este ano. Entretanto, enquanto o álbum não chega, o tema-título foi lançada oficialmente hoje, 11 de Abril, e já pode ser escutado no player em baixo.

Segundo Gene Hoglan, baterista e membro de longa data dos DARK ANGEL, o tema «Extinction-Level Event» foi construído em torno de ideias deixadas por Jim Durkin, o mítico guitarrista fundador que sucumbiu a uma doença hepática no ano passado. “O Jim Durkin deixou-nos esta malha brutal. É tão DARK ANGEL que me deixa completamente entusiasmado. Fizemos dela a faixa de abertura do disco, não como homenagem ou por razões sentimentais — algo tipo ‘esta é a música que o Jim nos deixou’ — mas porque é mesmo uma faixa incrível. Ele escreveu-a há dez anos e, mesmo hoje, continua a ser esmagadora”, explicou Hoglan.

Mais que apenas uma homenagem, «Extinction-Level Event» é o culminar de anos de trabalho e de um processo criativo interrompido nos anos 90, quando a banda californiana se dissolveu pouco depois de lançar o influente «Time Does Not Heal». Segundo revelou Hoglan numa entrevista, a vontade de fazer novo material sempre existiu.

“Eu tinha um álbum inteiro dos DARK ANGEL que foi escrito logo após o «Time Does Not Heal», mas a banda teve de acabar por questões de força maior”, explica o timoneiro dos DARK ANGEL. “Mais tarde, quando eu e o Jim voltámos a reunir a banda, começámos a trocar ideias. Ele ficou super entusiasmado com algumas demos que lhe enviei e disse: ‘Meu Deus, aqui está o nosso novo álbum.’ Mas eu quis começar do zero. Disse-lhe: ‘Os riffs que estás a compor estão a partir tudo. Vamos escrever material novo juntos.’ E foi isso que fizemos.”

Embora nem todos os riffs de Durkin tenham chegado ao produto final, o seu espírito atravessa o álbum de forma transversal. “O Jim é uma enorme influência na minha forma de compor, e isso está presente em tudo. Há menos riffs dele do que gostaríamos, mas a sua presença está por todo o lado”, garante Hoglan. O baterista também destacou que o objectivo nunca foi replicar os álbuns do passado: “Não quis regressar a 1986 ou 1991. Em vez disso, tentei imaginar como soariam os DARK ANGEL se nunca tivessem parado de fazer discos. Esta é a nossa visão atual, mas com as raízes bem vincadas.”

A longa espera — quase três décadas e meia — está prestes a ser recompensada com um álbum que promete recuperar a intensidade feroz dos primórdios dos DARK ANGEL e, ao mesmo tempo, apontar para um futuro firme e renovado. Para os fãs de thrash, «Extinction-Level Event» não é apenas o nome de uma canção e de um disco — é, isso sim, um marco histórico.