CRADLE OF FILTH

CRADLE OF FILTH: Seis ex-membros avançam com processo legal e acusações explosivas contra DANI FILTH

Os ex-elementos da banda britânica alegam exploração, intimidação e lucros indevidos numa acção legal que poderá abalar o futuro dos CRADLE OF FILTH.

A turbulência em torno dos CRADLE OF FILTH ganhou uma nova dimensão com a revelação de que seis ex-membros do grupo avançaram com um processo judicial contra Dani Filth, as entidades comerciais associadas à banda e a The Oracle Management. A acção, inicialmente apresentada a 30 de Setembro de 2025 no estado do Arizona e atualizada a 20 de Novembro, assinala o capítulo mais grave de um conflito que começou no Verão com saídas inesperadas, acusações públicas e uma escalada de tensões que nunca chegou verdadeiramente a acalmar.

A primeira ruptura ocorreu a 24 de Agosto, quando a teclista e vocalista Zoe Marie Federoff abandonou os CRADLE OF FILTH durante uma digressão sul-americana em pleno andamento, alegando condições impraticáveis. Escassos dias depois, o guitarrista Marek “Ashok” Smerda, marido de Federoff, seguiu o mesmo caminho. O casal denunciou salários inadequados, um ambiente de trabalho “ameaçador” e um contracto que se recusaram a assinar por considerarem injusto.

Em resposta, Dani Filth contra-atacou com afirmações igualmente graves, apontando suposto consumo excessivo de álcool por parte dos dois músicos e partilhando mensagens envolvendo Dez Fafara. Apesar de comunicados posteriores darem a entender uma tentativa de desanuviamento, a tensão manteve-se latente.

Agora, essa tensão transforma-se num processo legal de grande amplitude, movido não só por Federoff e Smerda, mas também por figuras históricas da banda como o guitarrista Paul Allender, a antiga teclista e vocalista Lindsay Matheson (conhecida como Lindsay Schoolcraft), o guitarrista Richard Shaw, e Sasha Baxter, que participou em dois vídeo-clips da banda. Todos se uniram numa acção que acusa Dani Filth e os restantes réus de práticas irregulares que, segundo os queixosos, lhes causaram danos profissionais, financeiros e reputacionais.

Entre as alegações, destaca-se o suposto uso comercial não autorizado da imagem dos músicos em merchandising, conteúdos promocionais, gravações e iniciativas diversas relacionadas com a marca CRADLE OF FILTH. Segundo o processo, vários dos ex-mmebros nunca assinaram qualquer contrato que permitisse à banda ou ao management utilizar os seus nomes, fotografias ou contributos gravados — ainda assim, afirmam, esse material terá sido explorado comercialmente sem qualquer compensação.

Os queixosos apontam ainda a ausência de contabilidade transparente sobre receitas provenientes de merchandise, gravações, acordos de edição e eventos pagos com fãs, nomeadamente meet-and-greets. O processo inclui acusações de retenção de pagamentos por concertos, alegando que Federoff e Smerda não terão recebido os honorários relativos aos seus últimos espectáculos com o grupo, em Agosto. Há também denúncias mais pessoais, como a alegada destruição do microfone de Federoff, o não retorno do seu equipamento in-ear, e o uso extensivo, sem autorização, de sigilos criados por Matheson — estes últimos considerados propriedade intelectual da artista.

No caso de Sasha Baxter, o processo defende que os CRADLE OF FILTH beneficiaram financeiramente da sua participação em dois vídeo-clips distintos sem qualquer remuneração adicional, acusando os réus de enriquecimento injusto. As exigências apresentadas pelos seis autores do processo são vastas. Incluem o fim imediato da comercialização de produtos que utilizem as suas imagens, a destruição de todo o merch já produzido, indemnizações compensatórias e punitivas pelos danos alegados — tanto financeiros como emocionais — e o pagamento total de todas as custas legais. Além disso, solicitam que o caso seja levado a julgamento.

Até ao momento, os réus — Dani Filth, as entidades empresariais ligadas aos CRADLE OF FILTH e a The Oracle Management — ainda não emitiram qualquer resposta pública ao processo. E sim, a ausência de reacção mantém no ar um silêncio pesado, num momento em que a banda atravessa um dos períodos mais expostos e controversos da sua carreira recente.

Com o historial recente de desentendimentos públicos, trocas de acusações e saídas abruptas, o processo agora divulgado aprofunda um clima de incerteza em torno do futuro dos CRADLE OF FILTH. A evolução do caso, que chega num momento particularmente delicado para o grupo, promete continuar a gerar atenção dentro e fora da comunidade metal.