É já no próximo Domingo, 24 de Novembro, que os CRADLE OF FILTH trazem a sua ‘By Order Of The Dragon’ a um LAV – Lisboa Ao Vivo totalmente esgotado. Em jeito de antecipação, estivemos à conversa com o inimitável vocalista e timoneiro da banda britânica.
Ainda antes de 2024 chegar ao fim, os ícones do metal extremo CRADLE OF FILTH regressam à estrada para, uma vez mais, impregnarem os palcos do Velho Continente com a escuridão palpável que sempre os caracterizou. Apoiados na sua presença inigualável ao vivo e num ataque musical a que nenhum dos seus fãs pode apontar defeitos, durante os meses de Novembro e Dezembro, a banda vai presentear a sua enorme (e muito leal) base de seguidores com a By Order Of The Dragon Tour, que engloba 15 datas e chega a Portugal no dia 24 de Novembro, para uma actuação única no LAV – Lisboa Ao Vivo.
Posicionados firmemente no panteão da música extrema há mais de três décadas, os CRADLE OF FILTH continuam a reinar supremos como um dos nomes mais reverenciados e notórios no metal extremo, e são indiscutivelmente responsáveis pelo surgimento de toda uma nova geração de músicos com a sua mistura característica de agressividade veloz, teatralidade macabra e adornos góticos de fazerem gelar o sangue.
Editado a 22 de Outubro de 2021, «Existence Is Futile», o mais recente álbum da banda, afirmou-se de forma célere como o mais bem sucedido álbum dos CRADLE OF FILTH até à data, uma prova irrefutável de que ninguém domina o som obscuro com tanta mestria como Dani Filth e seus comparsas. O disco ocupou o 20º lugar na Billboard 200 e subiu às tabelas de vendas também no Canadá, na Alemanha, na Finlândia e no Reino Unido, sendo rapidamente sucedido por «Trouble And Their Double Lives», o seu primeiro álbum ao vivo em duas décadas.
Ansioso pela vossa próxima digressão europeia?
Sim, sim, muito… [pausa] Desculpa, acabei de ir ao dentista, ainda tenho a cara inchada.
Estás em sofrimento?
Não, estou bem, só tenho a cara muito inchada. [risos]
Directos ao assunto, nesse caso. O que é que as pessoas podem esperar dos CRADLEOF FILTH neste regresso a Portugal? Vão tocar muito material novo?
Não, vamos tocar uma grande variedade de faixas do nosso catálogo. Vamos tocar o novo single, que saiu no dia 22 de Outubro, temas como «Existence Is Futile» e «She Is A Fire», vamos tocar os inéditos do álbum ao vivo, mas também vamos tocar uma variedade de coisas do passado, por isso podem esperar um alinhamento variado. Não nos vamos concentrar numa coisa ou noutra, o que queremos é dar aos nossos fãs um espectáculo memorável.
Como encaras essa tarefa de construir um alinhamento passado tantos anos?
Está a tornar-se uma dor de cabeça cada vez maior. Se dependesse do Martin, o nosso baterista, faríamos concertos de nove horas porque ele quer tocar tudo, mas infelizmente só conseguimos fazer uma hora e meia, uma hora e 40 minutos. Portanto, sim, está a tornar-se cada vez mais difícil decidir o que vamos tocar… O próximo álbum vai ser o 14º de estúdio que lançamos.
O que nos podes dizer sobre o que aí vem?
O álbum vai ser editado no início de Abril. Devemos lançar três singles antes disso, por isso vão ser uns meses muito excitantes até lá. É óptimo, adoro o novo álbum, acho mesmo que é fantástico. Obviamente que a pandemia nos afectou um pouco, tal como a toda a gente, e deixou-nos um pouco fora de controlo. Na verdade, já estamos a escrever um novo álbum, não estamos a dedicar-lhe todo o nosso tempo, mas estamos a escrever enquanto estamos em digressão, por isso acho que as coisas vão acelerar no futuro.
Falando da pandemia, sei que isso já é uma notícia velha, mas como lidaram com ela?
Bem, estivemos a gravar durante a maior parte do tempo e foi muito fácil viajar para trabalhar no estúdio, que ficava no campo. Como só podíamos trabalhar umas horas por dia, passámos cerca de quatro ou cinco meses a fazê-lo, e o tempo estava lindo. Inicialmente foi muito descontraído, só no segundo ano da pandemia é que as coisas se tornaram mais problemático para toda a gente.
Tornou-se um pouco mais cansativo. No entanto, conseguimos fazer uma digressão nos Estados Unidos no final da pandemia. Foi difícil fazê-lo, porque obviamente tínhamos de nos submeter a testes em todos os locais e, depois, ambas as bandas de apoio contraíram COVID. Foi difícil, mas a verdade é que conseguimos aguentar. De um modo geral, acho que a pandemia não foi terrível para nós, foi só o efeito de arrastamento que afectou toda a gente. Isso influenciou e afectou muito a indústria musical e a indústria do entretenimento, e acabou por atrasar tudo.
E depois, claro, toda a gente foi para a estrada, andava tudo em digressão, o que também se tornou outro problema, porque os autocarros eram escassos, os locais eram escassos, as pessoas estavam… Estava tudo sobrepovoado e as pessoas começaram a ter de escolher. A venda de bilhetes baixou, a menos que houvesse uma grande digressão com muitas bandas. É óbvio que a pandemia afectou toda a gente de muitas maneiras e acho que ainda estamos a ver as repercussões disso, mas acho que as coisas estão a voltar ao normal.
Como é que achas que as coisas mudaram nesses dois anos?
Eu estava a dizer que o mundo estava a voltar ao normal, mas não está, está a tornar-se um lugar muito mais difícil com a guerra no Médio Oriente, a guerra na Rússia e na Ucrânia, entre a Rússia e a Ucrânia. Por isso, não sei. Musicalmente, e em termos de digressões, tornou-se um pouco mais tenso. Vejo mais pessoas a participar em festivais do que em digressões a solo, porque querem tentar fazer valer o seu dinheiro, e há tantas bandas e tantas digressões a acontecer. Portanto, está sobrepovoado, como tinha dito.
Já estava antes da pandemia, não estava?
Bem, talvez tenhas razão. Há muitas bandas, há muitas digressões, há poucos locais e poucos fãs, e os fãs têm vada vez menos dinheiro para gastar nestes eventos.
Tens notado isso com os CRADLE OF FILTH?
Nem por isso. Acabámos de fazer uma digressão esgotada pela Austrália, apesar de não termos ido lá durante cinco anos por causa da pandemia, e esta digressão também está a correr muito bem. No entanto, ouvi de outras pessoas que está a afectar os nossos amigos promotores e tudo o mais; o pessoal da indústria, basicamente.
Já levantaste um pouco o véu em relação ao novo álbum, mas… O que mais podes dizer acerca disso?
Bem, a verdade é que é muito difícil falar sobre o novo álbum, porque apresenta, novamente, uns Cradle Of Filth renovados, digamos assim. Tem muitos elementos da velha escola, elementos da nova escola, é muito cativante, mas também é muito rápido e intrincado. Há alguns temas muito… [pausa] Não diria comerciais, mas muito atmosféricos, muito “cativantes”, a palavra é essa. Acho que é uma boa forma de descrever esses temas, mas também há algumas canções que lembram a atmosfera de álbuns como o «Midian» e o «Dusk, And Her Embrace», por isso é complicado estar a classificá-lo ou a resumi-lo de forma sucinta.
Tendo em conta a vossa base de fãs, suponho que tenhas noção que compará-lo com o «Midian» e o «Dusk…» é algo bastante arriscado da tua parte.
Bem, sim, isso sempre será. Nós nunca vamos refazer o «Dusk…» e também nunca vamos refazer o «Midian», esses discos estão consignados ao seu tempo, assim como qualquer outro clássico… O «Master Of Puppets», o «Reign In Blood», o «Powerslave» – são o que são, porque foram feitos numa determinada época, por uma certa quantidade de pessoas, com uma certa quantidade de influências, e é isso que os torna clássicos.
Se houvesse fez disco s como o «Reign In Blood» depois do «Reign In Blood», o próprio «Reign In Blood» não seria o álbum que é, um monumento ao teste do tempo. Quando me refiro a esses LPs dos Cradle Of Filth, estou a falar sobretudo de ambiente, de atmosfera, de vibração; não necessariamente de musicalidade, embora haja muitas referências. Esses álbuns, e os álbuns que vieram depois deles, estavam cheios de atmosfera e vibração, foi isso que captou a imaginação das pessoas.
Lembro-me que isso era uma das coisas que vos distinguia de muito do que se passava no black metal naquela altura.
Sim, claro.
Passaram por algumas mudanças na formação desde que lançaram o vosso último álbum…
Há sempre mudanças de formação, isso já não é novidade. [risos]
O que ia perguntar é se, para ti, é difícil lidares com mudanças constantes.
Bem, sejamos sinceros, não são propriamente mudanças constantes, são progressões naturais. Os novos membros estão na banda desde que fizemos a digressão com o Danzig nos Estados Unidos, há dois anos e meio. Para nós, já são família. A Zoe [Marie Federoff], nossa nova teclista, vai casar-se com o Ashok, por isso está realmente integrada na família COF. [risos] O Donny, que é o nosso novo guitarrista, está sempre a dizer-me que se sente como se tivesse estado na banda desde sempre e… Bem, acho que isso é um bom sinal. Não sei muito bem porquê, mas era um candidato perfeito para se juntar a nós, sentimo-nos muito confortáveis com ele desde o momento em que entrou pela porta da nossa sala de ensaio.
Já era fã dos CRADLE OF FILTH?
Não diria que era um fã acérrimo, mas sim, já conhecia muito bem o nosso material. Conhecia-o suficientemente bem para não precisarmos de passar muito tempo a ensinar-lhe o que quer que fosse. Além disso, ouve uma grande varidade de música, como todos os músicos da banda. Não há ninguém nos Cradle Of Filth que ouça apenas black, thrash e death, ou apenas música ambiental ou rock gótico ou heavy metal tradicional. Ouvimos um pouco de tudo.
Já participou no processo de composição do novo álbum?
Toda a gente participou. O novo álbum, como todos os que fizemos ao longo da nossa carreira, foi um esforço de grupo. Sempre foi assim.
Voltemos a 1994 e ao vosso primeiro concerto em Portugal, que aconteceu em Penafiel. Foi um dos primeiros espectáculos que deram fora do Reino Unido, certo?
Sabes que mais? Acho que, se calhar, foi mesmo o primeiro. A minha memória já não me serve tão bem como antes, e isso foi há muito tempo. Portanto, ou foi isso ou já tínhamos feito um concerto no Baroque Club, nos Países Baixos. Mas sim, acho que se não foi o primeiro, foi sem dúvida um dos primeiros concertos que fizemos fora do Reino Unido.
Lembras-te como surgiu a oportunidade de virem ao UltraBrutal? Foi o pessoal dos Moonspell que fez a ponte, já estavas em contacto com eles?
Não, não, não… Só fizemos realmnete amizade com os Moonspell nesse festival. Acho que, nessa altura, estava em contacto… Não necessariamente com a banda, mas talvez com o antigo baixista. E, claro, fizemos imediatamente amizade com eles. Depois, voltámos a Portugal para o Halloween desse ano e fizemos um concerto com eles como “suporte”. Dessa vez, fiquei em casa do baixista. Foram eles que nos deram guarida e tornámo-nos bons amigos desde então.
Estranhamente, de todas as bandas com as quais os Cradle Of Filth fizeram digressões ao longo dos anos, os Moonspell são os mais prolíficos. Tocámos com eles muitas e muitas vezes, fizemos umas seis ou sete digressões juntos. Sempre que os vemos, é óptimo. Na verdade, mesmo antes da pandemia, visitei o Fernando na cidade dele. Levei lá a minha namorada depois do concerto em Vagos, acho. E sim, sempre tivemos uma afiliação com os Moonspell. Têm uma vibração semelhante, embora mediterrânica… Um pouco mais solarenga, sabes. Eles são a matilha de lobos e nós os vampiros, sempre brincámos com isso.
Lembro-me bem do frenesim que rodeava a banda na altura. Ficaram surpreendidos com isso, sendo esse um dos vossos primeiros concertos fora do Reino Unido?
Bem, eu acho que o frenesim só veio depois. Essa foi a vibração que o concerto gerou. Tudo aquilo foi um evento. Tudo o que rodeia esta banda é um acontecimento. Fazemos sempre disso um acontecimento. São mais do que apenas espectáculos, álbuns, digressões ou vídeos. É sempre uma aventura e, em particular, esse tempo em Penafiel foi uma parte muito memorável dos primeiros anos dos Cradle of Filth. Estivemos lá durante três dias, andámos com os Hypocrisy para todo o lado e passámos algum tempo numa aldeia. Fomos atingidos por gás lacrimogéneo. Alguém atirou gás lacrimogéneo para um café onde estávamos a comer.
A sério?
Sim, foi muito bizarro, estranho. Esses foram anos bem estranhos, mas também muito fixes.
A década de 90 traz sempre boas recordações, certo?
Sem dúvida, foi um começo muito mágico.
E aqui estamos nós, entretidos com reminiscências do passado.
Provavelmente é sinal de que estamos mesmo a ficar velhos. [risos] Acho que os miúdos não têm a verdadeira noção nisto, mas foi um período mágico. Por estranho que pareça, ontem à noite estava a ver ‘A Família Addams’ em casa da minha namorada e lembro-me que, quando esse filme saiu, havia uma imensidão de filmes que contribuíam para essa vibração que se sentia no underground no início dos anos 90. E sim, tenho muitas vezes ondas de melancolia e também de recordações, e lembro-me de me sentir muito bem nessa altura. Foram anos óptimos. E acho que, com este novo álbum, um pouco dessa nostalgia permeou definitivamente a nossa escrita. A minha, a nível lírico, permeou definitivamente.
Alguma vez imaginaste o black metal a transformar-se no que se tornou ao longo dos anos?
Bem, quando formamos uma banda, temos sempre uma grande visão de como queremos ser vistos. Imaginamos sempre na nossa cabeça tocar para grandes audiências em vez de tocarmos apenas para dois homens e um cão. E eu não fiquei surpreendido, na verdade. Se calhar devia ter ficado, mas nós tínhamos grandes aspirações quanto ao rumo que os Cradle Of Filth iam tomar.
E acho que conseguimos fazer isso. Sinto-me surpreendido, isso sim, com a longevidade da cena. Não acho que seja tão prolífica agora como era. Obviamente, houve o estouro inicial, o choque e a magia que cercaram a ascensão do black metal. E agora o género ramificou-se em todos os tipos de avenidas estranhas e maravilhosas.
E está a ressurgir um pouco. O death metal ressurgiu há uns anos também e, depois, espalhou-se por outras cenas. Nem sei o que lhe hei-de chamar… Deathcore? Screamcore? Não sei. Não é a minha chávena de chá, para ser honesto, mas dá para ver como influenciou muitos outros géneros e muitos outros meios artísticos, como a filmografia e os livros, até a moda. E também uma série de bandas inspiradas ou influenciadas por nós.
Os DIMMU BORGIR, por exemplo?
Esse talvez seja o exemplo mais bem sucedido, sim. [risos]
Lembro-me da saudosa Terrorizer implicar que havia uma rivalidade entre as duas bandas. Havia mesmo ou era só conversa para vender revistas?
Não. Era só uma coisa boa para os meios de comunicação nos promoverem. Sabes como é, os jornalistas adoram sempre um pouco de competição. Querem sempre provocar-nos para dizermos algo controverso. E depois, quando despedimos o Nick Barker e ele foi para os Dimmu Borgir, isso só veio cimentar esse tipo de fenda imaginária entre as duas bandas.
No entanto, esteve sempre tudo bem entre nós e até se falou em talvez fazer uma digressão conjunta com eles numa altura futura. Eu estaria disposto a isso, não tenho nenhum escrúpulo em tocar com outras bandas ou mesmo tocar antes de outras bandas. Isso significa que posso tomar um banho de espuma antes de eles saírem do palco.
Sempre achei que, verdadeira ou não, essa rivalidade parecia ser boa para as duas bandas.
Concordo, mas não havia aminosidade. O Shagrath aparece nos nossos espectáculos e fizemos a primeira Gods of Darkness Tour com eles, que se saíram-se muito bem por direito próprio. Uma das poucas bandas que realmente se safou dessa altura… Não têm feito muito recentemente, mas não se pode tirar-lhes o legado.
Para terminar, tenho de te perguntar sobre a canção que gravaram com Ed Sheeran, porque acho que toda a gente está curiosa sobre isso. Faz parte do novo álbum?
Não, decidimos não a incluir no álbum, mas vamos lançá-la. Há uma razão por detrás de tudo. Já está gravada há dois anos e, na verdade, não posso falar muito sobre isso. Não estou autorizado a falar sobre ela, mas é óptima. Acho que ai surpreender muita gente, mas tem de encaixar num plano que seja necessário e útil para o Ed, para a sua comitiva e para nós.
Há um lugar certo e a hora certa, e esse tema virá à tona quando vier à tona. Também não queríamos dar demasiada importância ao assunto, porque é evidente que vai suscitar muito interesse fora da cena musical, e não queremos que isso nos desvirtue. A nossa colaboração nasceu do respeito mútuo entre nós os dois. Ele vive a cerca de 32 quilómetros de mim e, obviamente, adoro fazer colaborações estranhas, adoro provocar as pessoas. Fizemos isso desde o primeiro dia com os Cradle Of Filth, andamos a “vender-nos” desde a primeira demo.
Andam, sobretudo, a vender bilhetes para os vossos concertos.
Isso é verdade! [risos] Mas a sério, acho que, a não ser que se provoquem as pessoas, que se ultrapassem os limites e que se desafie o status quo, nada se move e fica tudo estagnado. E acho que sem nós e os Dimmus e os Emperors e os Satyricons e todas essas outras bandas… Os Rotting Christ, os Moonspell. Todos nós fizemos muitos álbuns diferentes, com muitos sabores diferentes.
Sem estas bandas a evoluírem constantemente e a ultrapassarem os limites do que é o metal extremo e o black metal, o que quer que lhe queiramos chamar, o movimento teria estagnado com os Darkthrone e teria ficado tudo a parecer um texugo virado para cima numa floresta.
Se quiser colaborar com um artista de rap, faço-o, porque é mais controverso do que fazer uma canção com o Glenn Benton, por exemplo. Se vou fazer alguma coisa, ou a banda vai fazer alguma coisa, vai ser uma colaboração que possa surpreender as pessoas. Sejam os Bring Me The Rhyzms, o Ed Sheeran ou seja quem for, em vez de outra banda de metal extremo. Estamos sempre a tentar fazer coisas que sejam um pouco mais ousadas e desafiantes.