COLOUR HAZE

COLOUR HAZE: Três décadas de meditação psicadélica [1994-2024]

Uma das mais antigas propostas de stoner oriundas da Alemanha, hoje, sexta-feira, 9 de Agosto, os lendários COLOUR HAZE vão encabeçar o segundo dia de SonicBlast Fest.

Fundados inicialmente como um trio e, actualmente, transformados num quarteto, os COLOUR HAZE são uma banda de rock oriunda de Munique, na Alemanha. Gerados em meados da década de 90, são uma das mais antigas propostas de stoner da Alemanha e, desde que deram os primeiros passos, tornaram-se um dos principais representantes da cena germânica. Os músicos já passaram por eventos tão icónicos como o Emissions From The Monolith, nos Estados Unidos, ou o Roadburn, nos Países Baixo, entre, muitos muitos outros – e hoje, sexta-feira, 9 de Agosto, vão encabeçar o segundo dia de SonicBlast Fest.

Emergindo de um som fortemente influenciado pelos Black Sabbath e Grand Funk Railroad nos primeiros discos, os COLOUR HAZE deslocaram-se paulatinamente de um som mais pesado para uma sonoridade mais melódica, sobretudo a partir do álbum «All», de 2008. Por esta altura, já contam como treze álbuns de estúdio, três lançamentos divididos e vários registos ao vivo num fundo de catálogo que merece, sem qualquer dúvida, um mergulho profundo por parte de qualquer melómano que se preze.

1994 – 2001

Os COLOUR HAZE “nasceram” em Munique, na Alemanha, corria o mês de Agosto de 1994. Com uma formação inicial composta por Stefan Koglek, Tim Höfer e Christian Wiesner, uns escassos cinco meses após o primeiro ensaio, o trio fechou-se nos estúdios da Mystery Music Productions, em Munique, de 30 de Janeiro a 3 de Fevereiro de 1995. Essas sessões iniciais de gravação, que foram misturadas e masterizadas em Julho, deram origem ao LP de estreia «Chopping Machine», lançado nesse Verão. A banda começou então a actuar na Alemanha, à medida que o álbum ia ganhando reconhecimento por parte da crítica.

No entanto, o que se seguiu a esses primeiros concertos foram dois anos de reorientação artística e pessoal, com Manfred Merwald e Philipp Rasthofer a juntarem-se ao grupo no final de 1998, já após o lançamento de «Seven». A banda também se transformou brevemente num quarteto com Felix Neuenhoff na voz, mas o cantor deixou o grupo na Primavera de 1999, quando a formação se estabilizou com Koglek, Merwald e Rasthofer. Em 1999, a banda lançou o seu terceiro álbum, com o título «Periscope», através da Toaster Records. Gravado ao vivo em estúdio, o disco serviu para que os músicos voltassem à estrada, com vários concertos a aconteceram na zona de Munique ao longo de 1999.

Gravado no espaço de ensaio dos COLOUR HAZE em apenas quatro sessões, «CO₂» seria lançado no Verão de 2000, mesmo a tempo da primeira aparição da banda no Burg Herzberg Open Air, um festival que viriam a encabeçar em anos posteriores. Após assinar com a Monster Zero Records, o trio lançou «Ewige Blumenkraft» em 2001 e fez várias apresentações em apoio ao disco, incluindo o primeiro concerto fora da Alemanha (que aconteceu no JH Sojo em Leuven, na Bélgica, a 24 de Fevereiro de 2001). Com o encerramento da editoraem 2002, Stefan Koglek fundou o seu próprio selo discográfico, a influente Elektrohasch Schallplatten.

2002 – 2007

Na Primavera de 2002, os COLOUR HAZE começaram a trabalhar em novo material, preparando-se para o álbum duplo «Los Sounds De Krauts», que foi lançado via Nasoni Records, entre a aparição no Stoned From The Underground e a primeira digressão completa da banda pela Alemanha. O disco seria reeditado pela Elektrohasch no Verão do ano seguinte, seguindo-se uma digressão pela Europa com bandas como Los Natas, Dozer, Rotor e Hypnos 69, entre outras. Após o lançamento de dois EPs em 2004, os músicos começaram a trabalhar no sétimo álbum de estúdio.

Gravado e misturado completamente em analógico no Institut Für Wohlklangforschung, em Hannover, de 22 a 26 de Abril de 2004, o homónimo «Colour Haze» seria lançado em 2005, valendo-lhes ainda mais elogios. A banda começou então a fazer digressões de forma mais intensa, fez os primeiros concertos no Reino Unido e, durante o ano seguinte, assinou não só a primeira participação no Roadburn Festival, mas também uma aparição exclusiva na América do Norte como parte do Emissions From The Monolith. No Verão de 2006 é editado «Tempel» e o ano seguinte seria marcado por várias tours e uma participação muito especial no lendário Duna Jam.

2008 – 2015

Sempre muito activos na gravação de novo material, os COLOUR HAZE voltaram à carga a 28 de Julho de 2008 com «All», um álbum que, além do trio base, contou com uma série de músicos convidados, entre os quais estava Mario Oberpucher, um futuro membro permanente do grupo. Para além das destacadas aparições em festivais, os músicos fizeram também uma tour pela Europa no Outono de 2008, a primeira de muitas ao lado dos conterrâneos My Sleeping Karma. Ao longo dos anos seguintes, continuaram bem activos, com digressões e a participação na edição inaugural do festival itinerante Up In Smoke, ao lado dos Sungrazer e Rotor.

Gravando em períodos em fita de 2″ num período compreendido entre 2010 a 2012 e marcando o maior intervalo entre álbuns de estúdio, «She Said», o segundo álbum-duplo dos COLOUR HAZE chegaria em Setembro de 2012. Com uma duração total de 82 minutos, o disco acabou por receber elogios críticos de várias publicações, incluindo um destaque como “Álbum do Ano” por parte do influente The Obelisk.

Entre aparições no DesertFest Berlin, Freak Valley Festival, Duna Jam e Hellfest, o grupo embarcou também na XXL Tour, uma digressão de Outono em que apresentaram sets de três horas cada noite. Após mais digressões no ano seguinte, incluindo aparições no Desertfest London, Aqua Maria, Keep It Low e Up In Smoke Festival, os COLOUR HAZE mantiveram o ritmo com o lançamento de «To The Highest Gods We Know» a 15 de Dezembro de 2014.

2016 – 2024

Actuando esporadicamente ao longo de 2016, os COLOUR HAZE estavam já a preparar um novo LP entre aparições no Krach am Bach, DesertFest Berlin, Keep It Low, Desertfest Athens e mais uma rara aparição na América do Norte, como parte do Psycho Las Vegas. «In Her Garden», o 12º disco de estúdio, seria editado a 10 de Março de 2017, recebendo aclamação crítica e inspirando mais um périplo pela Europa com os My Sleeping Karma. Por esta altura, expandiram de novo a formação a quarteto com a inclusão do teclista Jan Faszbender.

No início de 2019, a banda anunciou a sua digressão de 25.º aniversário, incluindo aparições no DesertFest London e no DesertFest Berlin. Um mês antes da digressão, a banda gravou um novo álbum a meio de uma série de lançamentos ao vivo. Originalmente intitulado «Life», «We Are» foi lançado a 9 de Outubro desse ano, mas, infelizmente, a digressão de promoção agendada para a Primavera seguinte, foi parcialmente cancelada devido à pandemia de COVID-19.

Apesar disso, os músicos ainda fizeram algumas apresentações em Setembro de 2020 e, a 1 de Dezembro, sem que nada o fizesse prever, anunciaram aos fãs que Philipp Rasthofer,o baixista de longa data d grupo, tinha decidido deixaria a banda após 22 anos, citando “razões pessoais”. O membro convidado e engenheiro de som ao vivo, Mario Oberpucher, juntou-se então aos COLOUR HAZE, ainda a tempo de participar nas gravações de «Sacred», aquele que é o mais recente álbum da banda.