A pandemia que assolou 2020 está a deixar marcas um pouco por todo lado, não deixando de parte a comunidade musical. Primeiro vieram os concertos adiados e salas fechadas. Agora, com o prolongamento das restrições, começam a surgir salas em risco de fechar e outras estruturas que vacilam. A organização do CASAINHOS FEST escolheu o dia em que, este ano, se iria celebrar mais uma edição, para anunciar o fim do projecto. Na sua página no Facebook, após oito anos de festival, a organização veio comunicar “com um misto de sentimentos”, que “a aventura chegou ao fim“. Atendendo às declarações, já após a edição de 2019, a organização percebeu que “seria difícil assegurar a continuidade e o crescimento do festival”. A pandemia “veio reforçar diversas dificuldades”, fazendo com que fosse sentido não existirem “condições para continuar a organizar o festival com o nível apresentado na última edição”. Nas palavras dos organizadores, a alternativa passava por reduzir “significativamente a qualidade do festival”, algo a que se declararam não estar dispostos. De recordar que a última edição do festival, em 2019, reuniu nomes como TARA PERDIDA, DEVIL IN ME, ANGELUS APATRIDA e HATESPHERE, entre outros. No ano anterior, entre onze grupos nacionais, estavam bandas da dimensão de BIZARRA LOCOMOTIVA, RAMP, HEAVENWOOD ou HILLS HAVE EYES.
“Foram oito anos de muita dedicação e em que procurámos sempre levar o festival a bom porto”, declara a organização num longo comunicado em que não só explica a sua posição como faz uma série de agradecimentos a entidades e pessoas que colaboraram na construção do evento. Entre várias entidades e nomes destaca-se a “relação especial com São João da Madeira, local onde se realizaram quatro concursos de bandas e de onde partiram seis excursões de autocarro com destino ao Casainhos Fest”. Na caixa de comentários à notícia, são muitos os músicos presentes no evento a demonstrar o pesar pelo término do festival. “Oxalá um dia voltem em força”, é o desejo de Rui Alves, vocalista dos REVOLUTION WITHIN, enquanto Rui Alexandre, conhecido pela marca Mosher e guitarrista dos TERROR EMPIRE, deixa “um Até Já!”. Para evitar que haja outros “Casaínhos”, têm sido organizados diversos crowdfundings, streamings e até leilões para ajudar a manter diversas salas abertas. Que todos se recordem disso a tempo, antes de haver mais nomes a caírem definitivamente.