BRENT HINDS

BRENT HINDS volta a lançar duras críticas aos antigos companheiros dos MASTODON

Hinds reforça que a sua saída dos MASTODON não foi amigável e acusa Troy Sangers e Brann Dailor de vaidade excessiva e falta de talento vocal.

Brent Hinds, o ex-guitarrista dos MASTODON, voltou a usar as redes sociais para lançar mais um ataque directo e sem rodeios aos seus antigos companheiros de banda, deixando cada vez mais evidente que a sua saída, anunciada no dia 7 de Março deste ano, esteve longe de ser pacífica. Desta vez, as palavras de Hinds surgem carregadas de mágoa e ressentimento, revelando não só frustrações acumuladas ao longo de 25 anos de carreira conjunta, mas também uma ruptura pessoal e artística que parece irreversível.

Quando a separação foi tornada pública, os restantes elementos dos MASTODONBill Kelliher, Troy Sanders e Brann Dailor — optaram por adoptar um tom diplomático, emitindo um comunicado onde afirmavam: “Estamos profundamente orgulhosos e extremamente gratos pela música e pela história que partilhámos, e desejamos-lhe nada menos do que sucesso e felicidade nos seus projetos futuros”. Como é lógico, esta mensagem alimentou, na altura, a percepção de que a decisão poderia ter sido tomada de forma consensual e sem grandes conflitos.

No entanto, essa narrativa começou a desfazer-se poucos meses depois. Em Junho, num comentário feito no Instagram, Brent Hinds não escondia a sua amargura, afirmando: “Não vou sentir falta de estar numa banda de merda com pessoas horríveis”. Essa frase foi recebida com surpresa por fãs e observadores, que até então pouco sabiam sobre as reais razões da saída. No entanto, o episódio mais recente, e talvez o mais contundente, surgiu na semana passada, quando um fã publicou um vídeo de uma actuação de 2012, na qual os MASTODON interpretavam «Crack The Skye», tema-título do aclamado quarto álbum da banda.

Hinds aproveitou a ocasião para disparar novas críticas aos MASTODON: “A minha guitarra soa muito bem, mas o Troy e o prawn [a alcunha que, aparentemente, usa para Brann Dailor] soam absolutamente horríveis… Estão completamente desafinados. Chega a ser embaraçoso. Eles expulsaram-me da banda por os envergonhar por ser quem sou… mas, e quem são eles? São duas pessoas que não conseguem cantar… Nem estúdio nem ao vivo. Tudo o que tentam cantar no estúdio é manipulado com autotune porque são incapazes de cantar afinados… que se lixem. Só eu sei quem eles realmente são. São os maiores fãs de si próprios”.

A investida não ficou, no entanto, por aí. Numa sequência posterior de comentários, Brent Hinds acusou os ex-companheiros de egocentrismo e de vaidade extrema: “Nunca vi ninguém na minha vida olhar mais para o espelho do que o Troy Sanders. Ele acha mesmo que é o presente de Deus para qualquer coisa. Aliás, nunca conheci três pessoas tão cheias de si próprias. É repugnante”.

As declarações de Hinds contrastam de forma gritante com o discurso cauteloso dos antigos colegas. Há uns meses, em entrevista à Guitar World, Bill Kelliher descreveu a separação como um processo natural: “Tal como num casamento, às vezes as pessoas afastam-se e interessam-se por outras coisas. Desejamos o melhor ao Brent na perseguição dos seus sonhos. É incrível termos conseguido manter-nos juntos durante 25 anos”.

Apesar de hoje se encontrar fora da banda, Brent Hinds foi uma peça fundamental na identidade sonora dos MASTODON. Desde a formação, no final da década de 90, ajudou a criar um estilo único que cruzou elementos de sludge, prog e metal alternativo, contribuindo para álbuns aclamados como «Leviathan», «Blood Mountain», «Crack The Skye» e «Emperor Of Sand». Ao longo dos anos, o quarteto conquistou não só uma base de fãs dedicada, como também reconhecimento crítico, incluindo um Grammy em 2018 para Melhor Performance de Metal, graças a «Sultan’s Curse».

No entanto, a relação entre Brent Hinds e os outros três membros nem sempre foi harmoniosa. Um bom exemplo disso aconteceu precisamente no momento da consagração da banda nos Grammy: devido a um acidente de mota, o guitarrista não pôde estar presente na cerimónia, e mais tarde queixou-se de não ter sido mencionado no discurso de agradecimento. Esse episódio, que na altura nos pareceu apenas um contratempo, poderá ter sido mais um ponto de tensão acumulado na já complexa dinâmica interna dos MASTODON.

A sucessão de críticas públicas que Hinds tem feito desde a sua saída deixa antever que não há qualquer hipótese de reconciliação num futuro próximo. O músico tem usado a sua visibilidade para expor alguns ressentimentos antigos e fazer acusações directas sobre a capacidade vocal e a postura pessoal dos seus ex-colegas, rompendo qualquer possibilidade de manter a divergência no campo privado. Num cenário em que muitos artistas preferem encerrar ciclos de forma discreta, Hinds optou por expor em público as suas percepções sobre quem, durante 25 anos, foi a sua família artística.