ZEBRAHEAD

Com uma trajectória ascendente que se tem intensificado nos últimos anos, os escoceses BLEED FROM WITHIN já provaram ser uma das bandas mais resilientes e inovadoras do género. Agora, com «Zenith», sugerem que o melhor pode ainda estar por vir.

O metal escocês tem novos heróis, que acabam de cravar mais um marco na sua discografia. Os BLEED FROM WITHIN lançaram hoje, sexta-feira, dia 4 de Abril, o seu mais recente registo de estúdio, «Zenith», através da Nuclear Blast Records e, depois de um ano de grande sucesso, a banda consolida a sua posição como uma das forças mais dinâmicas do metal contemporâneo ao oferecer um registo que transborda de fúria, maturidade e uma confiança inabalável.

Para os fãs e para a própria banda, «Zenith» representa um ponto de viragem. Em comunicado, os BLEED FROM WITHIN não escondem o entusiasmo com este novo capítulo: “Hoje é o dia. Sexta-feira, 4 de Abril de 2025, marca o lançamento da nossa maior obra até agora. Esta é a melhor colecção de músicas que já criámos e, criativamente, um enorme passo em frente para nós”. A afirmação vem carregada de significado, especialmente tendo em conta a evolução sonora do grupo e a busca incessante por um som que desafie convenções dentro do metal moderno.

O novo álbum sucede a «Hands Of Sin», lançado no ano passado, e reflete o esforço contínuo da banda em entregar algo que vá além do esperado. “Trabalhámos muito para criar algo essencial para nós, algo que desse propósito ao tempo que dedicámos e que sentíamos estar em falta no metal moderno.” Essas palavras sugerem um disco que não apenas reforça a identidade dos BLEED FROM WITHIN, mas que também visa preencher lacunas na cena atual, com um equilíbrio perfeito entre agressividade, técnica e emoção.

Convenhamos, a paciência e a perseverança são virtudes muitas vezes subestimadas no mundo da música pesada. Enquanto outras bandas tentam desesperadamente encontrar um momento viral ou, quiçá, uma oportunidade fortuita de exposição, os BLEED FROM WITHIN conseguiram manter-se sempre fiéis ao seu caminho. Ao longo das duas últimas décadas, foram muitas vezes apontados como meros “operários do metal” ou acusados de jogarem pelo seguro, mas os músicos oriundos de Glasgow responderam sempre com trabalho árduo e dedicação, aprimorando a sua fórmula álbum após álbum.

Com «Zenith», o sétimo registo da banda, a abordagem mantém-se intacta, mas desta vez transparece a confiança de quem finalmente está a colher os frutos do seu esforço. Após terem marcado presença no Download Festival em três das últimas quatro edições, de conquistarem plateias ao lado dos Slipknot na sua mais recente digressão europeia e se estarem já a preparar para a sua maior tour em nome próprio, que passa por Lisboa em Outubro, os BLEED FROM WITHIN deixaram de ser apenas uma aposta segura do metal britânico para se tornarem verdadeiros candidatos ao topo do género.

Este novo capítulo assenta numa base sólida e feroz. «Violent Nature» abre o disco com um som visceral e característico da banda, onde guitarras dilacerantes, vozes cortantes e grooves demolidores reafirmam a identidade sonora dos escoceses. No entanto, é em «In Place Of Your Halo» que sentimos um salto em termos de ambição e afirmação, com refrões arrebatadores e um final adornado por gaitas de foles que adicionam um toque épico à composição.

Por seu lado, o tema-título, «Zenith», revela uma capacidade camaleónica de alternarem entre passagens brutais e atmosferas mais introspectivas, enquanto «God Complex» traz uma grandiosidade digna de uns Parkway Drive na sua fase mais épica e expansiva. As colaborações de luxo ajudam, claro, a consolidar a ascensão do grupo. Brann Dailor, dos Mastodon, empresta o seu virtuosismo à imponente «Immortal Desire», enquanto Josh Middleton (ex-Architects) adiciona o seu toque thrash a «Hands Of Sin». Estes momentos não só demonstram o respeito que os BLEED FROM WITHIN conquistaram dentro da cena, mas também evidenciam uma banda disposta a desafiar-se constantemente.

O título do álbum sugere que a banda pode ter atingido o seu ponto mais alto aqui, mas à medida que a épica «Edge Of Infinity» encerra a jornada com uma despedida cinematográfica, a sensação é de que os escoceses ainda não atingiram o seu verdadeiro auge. A cada álbum, os BLEED FROM WITHIN continuam a crescer e a verdade é que este «Zenith» ainda não nos parece ser o destino final, mas sim um marco na escalada destes vencedores improváveis.