BLEED FROM WITHIN: «ERA» / BLEEDING THROUGH – «Love Will Kill All» [reviews]

Com tantos discos editados todos os meses, não há papel que dê vazão. Mas queremos que fiquem sempre actualizados em relação às nossas opiniões, por isso aqui vão dois discos editados recentemente, ambos muito “sangrentos”, analisados ao pormenor pelo Emanuel Ferreira e pelo Ricardo Agostinho – os últimos dos Bleed From Within e Bleeding Through, respectivamente


BLEED FROM WITHIN
«Era»
[Century Media]
Vinte e cinco segundos após começar «Era» e já se percebe ao que os Bleed From Within vêm: harmonias, blastbeats, guitarras e coros para meter todos a cantar. Estes escoceses já conhecem toda a cartilha, apesar de este ser apenas o seu quarto disco em treze anos de carreira, e o primeiro com o guitarrista Steven Jones, que traz algum virtuosismo, sempre desejado no deathcore. Mesmo quando se aponta para o wall of death, como em «Crown Of Misery». Acalmados os ânimos após o furacão sonoro inicial, o que fica é um álbum equilibrado, bom até, mas sem nada de novo, ou algo que o diferencie de outros grupos, mesmo que em termos de colectivo revele uma evolução para um som mais melódico, eventualmente mais metal que death. Por vezes lembram os Machine Head, quando estes tentam fazer o percurso inverso, no fundo com o mesmo objectivo, o de encontrar uma maior audiência – é isso que se passa em «Bed Of Snakes», ou «Afterlife», por exemplo. Um disco forte, mas que vale pelo momento, até ao ocaso do Verão. [7] E.F.


BLEEDING THROUGH
«Love Will Kill All»
[Nuclear Blast]
Será justo afirmar que, pese embora tenham surgido no período de explosão do metalcore, os norte-americanos Bleeding Through primaram pela diferença desde o início, apresentando características que os distinguiam dos demais, sendo o uso de teclados aquela que se coloca em maior evidência. Talvez por terem alcançado alguma diferenciação dentro de um género que rapidamente se tornou sobrepovoado justifique o facto de ainda andarem por cá a editar novos trabalhos de originais, pondo termo a um jejum de seis anos. «Love Will Kill All» faz jus a uma discografia consistente e, por esta altura, influente aos olhos de novas gerações, apresentando-se com uma voracidade contida durante demasiado tempo e um certo dramatismo elevado a um patamar onde os Bleeding Through ainda não tinham chegado, a provar que ainda há espaço para um género que foi rapidamente caindo em descrédito. Haja qualidade e talento capaz de derrubar barreiras e estereótipos. [7.5] R.A.