Após anos indisponíveis, os quatro discos gravados pelos BLACK SABBATH com TONY MARTIN na voz vão receber finalmente o tratamento ‘boxset’ em Maio.
Sinceramente, esperávamos ter dado esta notícia mais cedo. Estávamos em Janeiro de 2022 e, na sua conta oficial no Facebook, Tony Martin deixava entender que a era em que a sua voz foi a protagonista dos BLACK SABBATH ia ser alvo de restauro e reedição. “Então, recebi uma chamada do manager do Tony Iommi e parece que agora há um acordo discográfico para a minha era de álbuns nos Sabbath! Por isso, parece que uma reedição é algo que vai realmente acontecer“, podia ler-se.
Obviamente, as coisas não sucederam em 2022, nem em 2023. Talvez não por falta de vontade, mas mais devido a problemas com os direitos editoriais dessa época, que são uma verdadeira manta de retalhos. A Universal possui os direitos de «Eternal Idol» e, por isso, esse é o único LP com Tony Martin disponível nos serviços de streaming. Depois, «Dehumanizer» (de 1992) pertence à Warner. Ainda que tenha sido editado pela IRS, com o regresso de Dio aos BLACK SABBATH, os direitos de distribuição foram cedidos à major label nos Estados Unidos, que tinha contrato com o lendário frontman.
Discos como «Headless Cross» (de 1989), «Tyr» (de 1990), «Cross Purposes» (de 1995) e «Forbidden» (de 1995) sempre pertenceram exclusivamente à IRS. Sucede que esse selo se tornou parte do grupo Universal e assim estão abertas as vias para a uniformização das reedições. No fórum oficial dos Black Sabbath, está tudo muito bem detalhado. No entanto, o mais que mais interessa agora é que as muito esperadas reedições foram finalmente anunciadas de forma oficial.
A boxset «Anno Domini 1989-1995» reunirá então os álbuns «Headless Cross», «Tyr», «Cross Purposes» e «Forbidden», apresentando remasterizações dos três primeiros e uma versão totalmente remisturada do último supervisionada por Tony Iommi. Tendo mencionado anteriormente que a produção do disco – de Ernie C, o guitarrista dos Body Count – poderia ter sido feita de forma diferente, Tony explicou sobre a nova versão:
“Nunca fiquei feliz com o som de guitarra, e sei que o Cozy Powell também nunca ficou feliz com o som da bateria. Portanto, pensei que, de certa forma, seria bom fazer isso por ele. Simplesmente senti que, sem ter de alterar alguma das músicas, tinha uma oportunidade de trazer de volta alguns dos sons e torná-los um pouco mais parecidos com o que as pessoas esperam dos Black Sabbath.”
«Anno Domini 1989 – 1995» vai ser lançado a 31 de Maio pela BMG em boxsets com os álbuns em vinil e CD, sendo que essa última versão apresenta três temas bónus: «Loser Gets It All», «Cloak And Dagger» e «What’s The Use», além de um encarte com fotos inéditas, um póster de «Headless Cross» e uma réplica de um tour book da época. Podes ficar com uma boa ideia do que esperar no unboxing vídeo em baixo.
Tudo isto são, obviamente, óptimas notícias para os fãs, que há anos pedem que a tão esquecida época de Tony Martin com os BLACK SABBATH seja disponibilizada de novo e recuperada com toda a atenção devida. Com uma voz quase tão grandiosa como a de Ronnie James Dio, e com a caneta cheia de magia e misticismo, o trabalho do cantor com a lendária banda britânica esteve, muitas vezes, entre alguns dos melhores momentos pós-OZZY.
Tony Martin emprestou a sua voz aos BLACK SABBATH entre 1987 e 1991, e depois entre 1993 e 1997, tendo gravado os álbuns «The Eternal Idol», «Headless Cross», «Tyr», «Cross Purposes» e «Forbidden». No primeiro, além de Iommi e Martin, os BLACK SABBATH eram Bob Daisley (baixo), Geoff Nicholls (nos sintetizadores) e Eric Singer (na bateria). Um line up de luxo, igualado por Iommi, Martin, Nicholls e Cozy Powell, com o baixista escocês Neil Murray. Além disso, até pela verdadeira inspiração dos riffs de Iommi aqui gravados, estes álbuns são criminalmente desprezados.