Os incontornáveis BLACK SABBATH e os seus discípulos, à volta e um riff tão poderoso como intemporal.
Se, à entrada de um qualquer concerto dos BLACK SABBATH, obrigassem os fãs a enunciarem cinco temas do grupo, provavelmente muitos teriam de devolver o bilhete. Felizmente já não vai haver mais concertos da banda, ou haverá? Divagações à parte, o certo é que «Supernaut» certamente será um dos temas que poderiam figurar nessa lista de cinco, mesmo não sendo tão obrigatório como «Paranoid».
É o quinto tema a figurar no «Vol. IV», um dos melhores trabalhos dos BLACK SABBATH, editado em Setembro de 1972 – ou seja, há mais de cinquenta anos atrás. O seu riff é um dos melhores da fase Ozzy e também daqueles que ajudou a definir o heavy metal enquanto estilo. Todo o tema gira à volta do riff de Iommi, com a letra de Geezer a assentar nos momentos em que o riff acalma. Seguiria a banda até aos seus últimos concertos.
Pelo meio, recebeu um excelente tratamento quando, em 1990, os Ministry recorreram ao seu projecto paralelo 1000 Homo Djs para o abordar. Al Jourgensen surge como Buck Satan e faz quase tudo nesta versão, restando a bateria para Wee Willie Reefer e algumas linhas vocais para Trent Reznor — que, embora não seja creditado, recordou a sua participação uns anos mais tarde.
Originalmente editada como single, a interpretação constaria de «Nativity In Black: A Tribute To Black Sabbath», editado a 29 de Setembro de 1994 e, com o tempo, passou a ser integrada nos concertos dos Ministry. Pois bem, neste final de Setembro de 2022, mais propriamente no passado dia 27, o tema recebeu uma nova homenagem, com um conjunto de estrelas a executarem-no.
No segundo espectáculo de “tributo” a Taylor Hawkins, os membros sobreviventes dos Foo Fighters reuniram-se em palco com Lars Ulrich, Geezer Buttler e Sebastian Bach para fazerem a sua própria interpretação de «Supernaut». Dessa reunião de talento saiu também uma versão de «Paranoid», e dispensam-se as piadas óbvias sobre «Snowblind» e Bach. Para além desta referência, e apesar da popularidade, o tema até nem está entre aqueles dos BLACK SABBATH que mais versões conheceram ao longo dos anos.
Os Candlemass incluíram um excerto num medley de homenagem, ainda na fase de «Ancient Dreams», em 1988. Anos depois, também os Turisas abordariam o tema, primeiro em «The Metal Forge Volume Three – A Tribute To Black Sabbath», de 2010, depois, no ano seguinte, no álbum «Stand Up And Fight». Os Dirty Rose, por seu lado ,também recorreriam a um “tributo”, neste caso a Ozzy, para interpretarem o tema.
Aconteceu em 2012, com «No More Tears – A Millennium Tribute To Ozzy Osbourne 1971-2012». A última versão desta semana fica a cargo do guitar hero Zakk Wylde, com os seus ZAKK SABBATH, mas naturalmente que não podemos deixar de mencionar os Mac Sabbath, que aproveitaram o título do tema para criarem «Supersized». Versões que levantam um sorriso, mas não tão grande como ver Grohl, Lars, Bach e Geezer no mesmo palco, à volta de um riff tão poderoso como imortal. E isso aconteceu.