Durante muito tempo, a identidade da mulher que figura na capa do álbum de estreia dos BLACK SABBATH, que comemorou 50 anos esta semana, era desconhecida. Agora, foi finalmente revelado que aquela misteriosa “figura negra” se trata de Louisa Livingstone. Apesar de estarmos perante um dos mais icónicos discos da história do rock, sendo considerado por muitos o “marco zero” do heavy metal, praticamente ninguém sabia quem era a mulher que estampava a capa. O segredo foi revelado esta semana numa reportagem da revista Rolling Stone, que ao ir atrás de Keith “Keef” Macmillan, artista responsável pela foto, descobriu o nome da modelo. “Para ser sincero, foi a primeira vez que realmente apreciei esse tipo de rock pesado, mas esse álbum transformou-me num fã para toda a vida“, disse recentemente o fotógrafo à Rolling Stone. Macmillan recorda que recrutou uma modelo de 18 ou 19 anos, com um metro e meio de altura, chamada Louisa Livingstone para a sessão fotográfica, que decorreu em Mapledurham Watermill, no condado inglês de Oxfordshire.
“Ela estava a usar uma capa preta sem nada por baixo, e experimentámos algumas fotos um pouco mais ousadas“, segundo o fotógrafo. “Decidimos que nada disso funcionava porque qualquer tipo de sexualidade aniquilaria o ambiente soturno que se pretendia. Mas recordo que ela era uma modelo fantástica, tinha uma coragem incrível e compreendeu perfeitamente o que eu estava a tentar fazer.” Reza a lenda que nem mesmo os integrantes da banda sabiam quem era a modelo, embora achassem que o seu nome fosse Louise e citassem que, em determinada ocasião, ela tinha os tinha visitado no camarim de um dos seus concertos. Uma longa meia década depois, Louisa Livingstone falou à Rolling Stone sobre a sessão, lembrando que estava “muito frio” na altura em que as fotografias foram tiradas. “Tive que acordar por volta das 4 da manhã“, recorda. “O Keith andava a correr de um lado para o outro com gelo seco, a atirá-lo para a água. No entanto, não parecia estar a funcionar muito bem, por isso acabou por usar uma máquina de fumo. Tenho a certeza que ele me disse que era para os Black Sabbath, mas não sei se isso significou algo para mim naquele momento“.
Louisa seguiu uma carreira como modelo e actriz (além de fazer pequenos trabalhos em filmes e séries, é uma das ciclistas que aparecem nuas no encarte do álbum «Jazz» dos QUEEN), e diz que não é propriamente uma fã dos BLACK SABBATH, preferindo bandas de rock como os ROLLING STONES, CREAM e THE BEATLES. No entanto, afiança que ficou impressionada com a arte final da capa do disco editado a 13 de Fevereiro de 1970: “Quando vi a capa, achei que era bastante interessante, mas pensei ‘bem, poderia ser qualquer pessoa’, por isso não é o meu ego a falar. Mas, sim, achei que era uma capa muito fixe. Pura e simplesmente, os Black Sabbath não fazem o meu tipo de música. Sinto-me péssima por dizer isto, porque provavelmente não é o que as pessoas querem ouvir, mas não é particularmente o meu tipo de música. Quando peguei no álbum, ouvi-o e segui em frente.” Hoje com 68 ou 69 anos, Louisa Livingstone lançou música electrónica sob a designação INDREBA durante os últimos anos. Podes ouvir algumas canções aqui.