BIOHAZARD

BIOHAZARD + LIFE OF AGONY + LYLVC @ The Academy, Dublin | 23.02.2025 [reportagem]

BIOHAZARD e LIFE OF AGONY: duas lendas de Brooklyn protagonizaram uma noite histórica em Dublin.

Ontem, Domingo, 23 de Fevereiro, a The Academy, em Dublin, na Irlanda, ficou marcada pela união de duas lendas do hardcore de Nova Iorque: BIOHAZARD e LIFE OF AGONY. Com a sala esgotada e uma expectativa palpável ao ar, as duas bandas não deixaram margem para desilusões, oferecendo uma noite que ficará certamente gravada na memória dos presentes. Recorde-se que esta rota assinala a primeira vez que ambos dividem o palco numa digressão internacional conjunta, o que tornou esta ocasião ainda mais especial.

Ambas as bandas expressaram entusiasmo por esta colaboração, salientando a longa amizade e a história partilhada ao longo de décadas. Quando a digressão foi anunciada, Billy Graziadei, guitarrista e vocalista dos BIOHAZARD, explicou: “Crescemos com os LIFE OF AGONY e éramos como os irmãos mais velhos deles. Esta digressão já estava a ser planeada há muito, muito tempo, e estamos ansiosos para arrasar por toda a Europa.” Joey Z, guitarrista dos LIFE OF AGONY, acrescentou: “Duas das maiores bandas de Brooklyn vão unir-se para uma digressão que será falada durante anos.” E a verdade é que a noite de ontem vai ficar nos anais da história de concertos magistrais na Irlanda.

A abrir a noite, os LYLVC, oriundos da Carolina do Norte, trouxeram ao palco da The Academy a sua fusão de rock, hip-hop, música electrónica e alternativa. Com Alyse Zavala e Oscar Romero nas vozes, a banda esforçou-se para conquistar o público, mas a tarefa revelou-se algo desafiante, uma vez que a audiência estava claramente focada nos cabeças de cartaz.

Os LIFE OF AGONY subiram ao palco e, como esperado, protagonizaram um espectáculo intenso e carregado de emoção. Focando-se no clássico álbum de estreia «River Runs Red», a banda tocou seis temas desse registo seminal, recordando ao público por que razão o disco permanece uma referência no género. Desde a abertura com «River Runs Red» e «This Time», a energia de Keith Caputo e a coesão da banda criaram momentos inesquecíveis. Depois, a paixão pela música dos CRO-MAGS ficou bem patente numa poderosa versão de «We Gotta Know», antes de encerrarem com explosiva sequência «Through And Through» e «Underground».

Seguiram-se os BIOHAZARD, que tomaram de assalto o palco com a sua fusão característica de hardcore, metal e hip-hop. A intensidade da banda norte-americana não deu descanso à segurança, com fãs a cruzarem a barreira e Billy Graziadei a desafiar as regras ao tocar junto do público. Num momento memorável, Billy tocou guitarra com um fã que tinha sido intercetapdo pela segurança, mostrando o espírito de proximidade que caracteriza o hardcore.

Focando-se nos álbuns «Urban Discipline» e «State Of The World Address», os BIOHAZARD trataram de incendiar a plateia com clássicos como «Tales From The Hard Side» e «Five Blocks To The Subway», que soaram como petardos intemporais. A surpresa da noite foi a interpretação de «Slam» dos ONYX, com a participação muito especial de Fredro Starr e Sticky Fingaz, num momento de pura celebração, e a noite culminou com poderosas interpretações de «We’re Only Gonna Die», um original dos californianos BAD RELIGION, «Punishment» e «Hold My Own», encerrando 80 minutos de pura devastação sonora.