Quatro anos depois da última passagem por Portugal, os finlandeses BATTLE BEAST fregressaram com uma data que marcava o terminus de uma curta digressão europeia, que passou por França, Espanha e Portugal, com a banda a promover o mais seu mais recente, e excelente, disco de estúdio, «Circus Of Doom». Mais uma vez, é incompreensível que os músicos liderados Noora Louhimo não tenham tido mais público presente na sala. Apesar de,ao longo do concerto, a vocalista ter brincado com a situação, sugerindo que “da última vez deviam estar apenas 20 pessoas e que desta vez estavam mais”, a verdade é que a sala 2 do LAV se mostrou despida de público. As cerca de duas centenas presentes acabaram, no entanto, por fazer tanto barulho como se lá estivessem mil. O foco da actuação foi obviamente o último disco de estúdio, de onde foram retirados oito temas, com «Circus Of Doom» logo a abrir e, depois, dois temas do álbum «Bringer Of Pain», «Straight Through The Heart» e «Familiar Hell». Pelo meio, o baixista tentou cantar um tema em português e, no final, a experiência até valeu pelo esforço. Noora, sempre muito activa e a puxar pelo público, mostrou-se exuberante na sua capacidade vocal. Uma coisa é certa: os BATTLE BEAST são uma banda muito coesa e enérgica, e é muito difícil não tentar cantar os temas ou saltar durante o concerto. Antes de «Eden», do disco «No More Hollywood Endings», que fechou a primeira parte do concerto, ainda houve quatro excelentes canções do LP mais recente, «Eye Of The Storm», «Where Angels Fear To Fly», «Russian Roulette» (antecedida com bebidas para “todos”) e ainda «Wings Of Light». Para o encore, ficaram guardadas «Master Of Illusion», «King For A Day» e, a terminar, «Beyond The Burning Skies», com a promessa de um regresso a Portugal o mais rápido possível.
A abrir a noite estiveram os nacionais GLASYA, que apresentaram temas do mais recente «Attarghan», um dos melhores discos nacionais de 2022. Foram seis temas, tocados com destaque para «From Enemy To Hero», «Journey To Akhbar» e «Within The Sandstorm», que mostraram uma banda muito coesa, com a vocalista Eduarda a provar ser uma das melhores vozes do panorama musical português. A terminar, «Heaven’s Demise», num concerto curto mas em grande nível dos GLASYA. Depois, da Galiza, chegaram os DARK EMBRACE, que apresentaram o novo trabalho «Dark Heavy Metal», uma boa definição do som da banda. O vocalista Oscar Rilo e companhia vão beber claramente influências aos Amon Amarth, mas conseguem criar uma identidade própria. «Personal Hell», logoa abrir, e «Dark Heavy Metal», a fechar, deixaram a vontade de os ver de novo em Agosto, no XIVº Milagre Metaleiro Open Air.