BATHORY

BATHORY: Uma breve história do lendário “YELLOW GOAT”

A estreia homónima dos BATHORY foi originalmente editada a 2 de Outubro de 1984. Se, por acaso, tens uma cópia desta edição raríssima, considera-te um verdadeiro sortudo.

De vinil limitado a dez cópias a CD-Rs numerados à mão, passando por demos em cassete impossíveis de encontrar, o cânone do black metal está repleto de raridades. No entanto, talvez nenhum lançamento do género seja mais icónico que o disco homónimo de estreia dos BATHORY na versão “Yellow Goat”, que é como a primeira prensagem deste álbum de 1983 é frequentemente denominada pelos coleccionadores. Limitada a apenas mil cópias, acredita-se que muito menos tenham sobrevivido aos anos 90 e chegado sãs e salvas o Séc. XXI.

Caso estejam esquecidos, durante esses anos, os discos em vinil eram vistos maioritariamente como um formato ultrapassado, a produção de LPs caiu a pique e muita gente trocou ou simplesmente jogou fora os seus álbuns em vinil —  que, convenhamos, não valiam dinheiro nenhum na altura —  para, blasfémia!, os substituirem por CDs novinhos em folha. Essa é uma daquelas conversas que faria correr rios de tinta, mas foquemo-nos no essencial.

Por esta altura, a capa do álbum de estreia de BATHORY, com aquele desenho bem rústico de uma cabra demoníaca, é icónica. A ilustração foi criada por Joseph A. Smith e a imagem utilizada para a capa do LP foi tirada de um livro intitulado “Witches”, editado em 1981 e assinado pelo ícone feminista Erica Jong. Reza a lenda que o plano do vocalista, guitarrista e mentor do projecto, Thomas “Quorthon” Forsberg, era que a cabra fosse impressa em tinta dourada, mas o custo de tal devaneio era demasiado alto.

Vai daí, o músico solicitou que a capa do LP fosse impressa na cor que estivesse o mais próxima possível do dourado — que acabou por ser um amarelo quase neon. O malogrado “Quorthon” odiou o resultado e, cmo sabemos, todas as edições subsequentes deste clássico da primeira vaga do black metal surgiram nos escaparates com a cabra impressa a preto e branco.

Enquanto isso, a música contida no álbum de estreia de BATHORY acabaria por inspirar quase todos os pesos pesados do black metal norueguês original, incluindo os MAYHEM, DARKTHRONE e IMMORTAL. Como tal, a versão “Yellow Goat” é exaltada entre coleccionadores e fãs pelo seu estatuto original — e o Joel Grind, dos TOXIC HOLOCAUST, até lançou um disco a solo inspirado em BATHORY e intitulado «The Yellowgoat Sessions».

De resto, esta versão de «Bathory» — também conhecida como Gula Geten na Suécia — não aparece à venda assim com muita frequência. E, quando aparece, os preços são impensáveis… Portanto, se estiveres à procura de uma cópia, o mais certo é que tenhas de pagar mais de 3.000 euros por uma que esteja em bom estado. No momento em que este artigo foi escrito, há três cópias à venda no Discogs e a mais cara atira-se para os 3,999 euros. Agora… Será que alguma destas é realmente original?