Entre o glamour e a tragédia, os suecos AVATAR antecipam o álbum «Don’t Go In The Forest» com uma das canções mais provocatórias da sua carreira.
Os suecos AVATAR continuam a expandir os limites do seu universo teatral e perturbador. O novo single, «Death And Glitz», antecipa o próximo álbum da banda, «Don’t Go In The Forest», com edição marcada para 31 de outubro. Com uma sonoridade surpreendentemente dançável, este tema mergulha num dos lados mais sombrios da sociedade contemporânea: a fetichização mediática da morte e do sofrimento.
O vocalista Johannes Eckerström descreve «Death And Glitz» como uma reflexão sobre “perversão e distanciamento”, centrada na história de “uma jovem sem-abrigo que colapsa e morre numa pista de dança”. O vocalista transforma essa imagem num retrato inquietante da forma como a cultura popular consome tragédias reais com um fascínio mórbido. “A fita da cena do crime torna-se numa corda de veludo vermelho. O flash da câmara do investigador brilha como o dos paparazzi na passadeira vermelha. Amamo-la por morrer. Agora ela é perfeita. Obediente. Tudo o que quiseres”, explica.
O frontman dos AVATAR vai ainda um pouco mais longe, comparando a popularidade do género “true crime” ao extremismo de algumas vertentes musicais: “O género true crime acaba por ser tão doentio como a banda de goregrind mais doentia que já ouviste. A forma como é consumido, como se fosse uma escolha entre o Mickey Mouse e dramas hospitalares, revela a escuridão que não nos abandona”.
A provocação não é gratuita: «Death And Glitz» questiona a fronteira entre empatia e exploração, entre a curiosidade humana e o voyeurismo mediático. “Os melhores casos são sempre quando se trata de alguém jovem e atraente. Um casal vai fazer uma caminhada. Só o homem regressa. O que projectamos nesta tragédia muito real? Vemo-nos nela, com uma estranha inveja por sermos tão desejados? Transformamos a vítima num quadro em branco onde pintamos o futuro perfeito, se estivéssemos lá para o corrigir? Ou desumanizamos completamente quem morreu, obcecados com o enigma?”, reflete o vocalista.
No final, Eckerström deixa uma frase que resume o conceito do tema: “Ninguém é mais obediente do que os mortos. As pessoas simplesmente gostam quando a morte tem um bom par de mamas”. É uma imagem brutal, intencionalmente desconfortável, que ilustra o olhar corrosivo com que os AVATAR abordam a nossa relação com a morte e o espectáculo.
Musicalmente, «Death And Glitz» mantém o caráter teatral e cinematográfico que tem definido a banda, mas introduz uma batida ritmada e contagiante, quase pop, que contrasta bem com a densidade lírica. O resultado é uma faixa que soa simultaneamente vibrante e macabra — uma dança sobre o abismo. Com «Don’t Go In The Forest», os AVATAR prometem uma nova viagem ao coração da sua estética sombria e carnavalesca.
O álbum chega no Halloween, data simbólica que combina com o imaginário dos AVATAR, e promete explorar temas de medo, alienação e desejo — sempre com a ironia e o dramatismo que tornaram o grupo sueco numa das presenças mais singulares do metal moderno. «Death And Glitz» está disponível em todas as plataformas digitais e confirma que, mais que nunca, os AVATAR continuam a dançar entre o grotesco e o sublime — com um sorriso pintado de sangue.
O lançamento de «Don’t Go In The Forest» acontece numa fase em que os AVATAR têm uma intensa agenda ao vivo pela frente. Após a saída do disco, a banda inicia uma digressão em nome próprio pelos Estados Unidos a 5 de Novembro, em Phoenix, com concertos agendados até 7 de Dezembro, em Dallas. Nesta tour, os suecos terão como bandas de suporte os ALIEN WEAPONRY e os SPIRITWORLD. Depois, já em 2026, está confirmada uma digressão europeia, com passagem assegurada por Portugal.
















