No primeiro dia em que Portugal entrou num novo confinamento geral e com ele todo o sector da Cultura foi de novo colocado em pausa, a Associação Portuguesa Festivais Música (APORFEST), a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE), a Associação de Promotores, Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) e a Associação Espetáculo – Agentes e Produtores Portugueses (AEAPP) marcaram presença numa reunião digital convocada pelo Ministério da Cultura. Na conversa, que decorreu ontem, sexta-feira, dia 15 de Janeiro estiveram também presentes representantes da Secretaria de Estado do Turismo, da Secretaria de Estado da Saúde e da IGAC.
Segundo comunicado da APORFEST, “o tema desta reunião — e que motivou a criação deste grupo de trabalho — foi a discussão e debate de soluções futuras, para a realização dos festivais, espetáculos de música e todo o tipo de eventos culturais em Portugal no ano de 2021. Conscientes do período crítico que o País atravessa de uma forma generalizada, nesta fase da crise pandémica de COVID-19, a APORFEST e todas as associações do sector presentes nesta reunião demonstraram a sua total disponibilidade para apresentar, estudar e colaborar com o Governo nesta matéria e que garantam que o público possa voltar a desfrutar e usufruir de festivais e espetáculos de música!“.
Portugal regressou ao dever de recolhimento domiciliário, tal como em Março e em Abril do ano passado. A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. No âmbito das medidas anunciadas pelo Governo para tentar conter a pandemia, os equipamentos culturais em Portugal Continetal encerraram a partir da meia-noite de ontem. Recorde-se que a paralisação da Cultura já se estende desde a segunda semana de Março de 2020, sendo que depressa se estendeu a todas as áreas e, no final de 2020, entre plano de desconfinamento e estados de emergência, o sector já somava perdas superiores a 70% em relação a 2019.
Sobre um sector que continua a ser dos mais afectados, Álvaro Covões, da APEFE, já disse, em declarações a vários órgãos de comunicação social, que este novo confinamento se trata do agravar de uma tragédia. “Trabalhamos num sector que não funciona em ‘take-away’, teletrabalho ou ‘delivery’”, disse Álvaro Covões, explicando que a cultura precisa de “uma bazuca” de apoios. “Estamos a reunir números, porque as vendas de faturação de Dezembro fecharam há dois dias, mas tudo indica que a nossa quebra em 2020 foi de 80%. Apesar de se pensar que o sector cultural podia trabalhar, a verdade é que, desde Junho, os equipamentos culturais estão limitados a lotações de 50%. Estamos a viver uma coisa sem precedentes no nosso sector“. Segundo números da APEFE, entre meados de Março e final de Abril do ano passado, foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espectáculos.