Num comunicado, Tim Lambesis admite divergências pessoais e reafirma o seu compromisso em reconstruir os AS I LAY DYING.
Nos últimos dias, os AS I LAY DYING têm estado no centro das atenções, não pelo lançamento do seu próximo álbum, mas devido a uma série de saídas abruptas dos seus membros. Este êxodo em massa, que envolveu quatro músicos da banda, culminou com o cancelamento de uma digressão europeia e levantou sérias dúvidas sobre o futuro da formação.
Tudo começou a 18 de Outubro, com o abandono do baixista Ryan Neff, seguido pelo guitarrista Ken Susi e pelo baterista Nick Pierce, logo no dia 24. Finalmente, a 30 de Outubro, Phil Sgrosso, guitarrista de longa data dos AS I LAY DYING, também anunciou a sua decisão de abandonar o grupo. Como é lógico, os motivos apresentados pelos músicos sugeriam uma deterioração significativa nas relações pessoais e profissionais dentro do grupo. Ken Susi, por exemplo, afirmou que os seus valores pessoais tinham sido “testados até ao limite“, detalhando uma experiência de desgaste emocional e ético.
Como é sabido, a controvérsia em torno dos AS I LAY DYING não é propriamente nova. Corria o ano de 2013, Tim Lambesis, vocalista e mentor do projecto, foi preso após uma tentativa falhada de contratar um assassino para matar a sua então esposa. O músico norte-americano acabou por cumprir dois anos de prisão e, durante esse período, os restantes membros da banda criaram os WOVENWAR, renunciando publicamente ao comportamento do seu antigo líder. No entanto, de forma algo surpreendente, voltaram a reunir-se em 2018, com o próprio Lambesis a afirmar que todos passaram por um processo terapêutico para restabelecer a confiança e o respeito mútuo.
Agora, face a este novo colapso na formação, Lambesis foi finalmente forçado a falar publicamente. Em comunicado divulgado ontem, 4 de Novembro, o vocalista explicou que “havia um ambiente tóxico que tornou a saída para uma nova tour com a formação anterior irrealista“. Reconheceu que a comunicação dentro da banda se tinha deteriorado, o que complicou a coordenação “até dos mais pequenos detalhes” e admitiu que as divergências criativas, pessoais e financeiras com Sgrosso foram um factor decisivo para este desfecho.
“É triste pensar nos comportamentos e padrões de comunicação que levaram ao cancelamento da nossa digressão,” afirmou o vocalista dos AS I LAY DYING, sublinhando que, apesar do que se passou, “a porta está sempre aberta para discutirmos qualquer questão directamente“. Quanto ao futuro, demonstra uma postura optimista: embora reconheça que esta não é a primeira vez que enfrenta reviravoltas no grupo, lembrou o espírito de “persistência e determinação” que moldou os AS I LAY DYING desde os primórdios.
Com o oitavo álbum da banda, intitulado «Through Storms Ahead», ainda previsto para ser lançado a 15 de Novembro, Lambesis mostrou-se confiante em reconstruir a banda e criar um ambiente “mais positivo e criativo” para os próximos capítulos. Agora, resta saber se os fãs estarão dispostos a continuar a apoiar uma banda que tem enfrentado tantas tempestades internas e externas ao longo dos anos.