“Esta banda já não oferece um ambiente saudável ou seguro”, explica PHIL SGROSSO. Em menos de 15 dias, os AS I LAY DYING ficaram, uma vez mais, reduzidos a TIM LAMBESIS.
Já vos tínhamos avisado por aqui que os AS I LAY DYING estavam rapidamente a desmoronar e, agora, o guitarrista Phil Sgrosso acabou por anunciar também a sua saída da banda, dando a “machadada” final na mais recente formação da banda californiana. A sua saída acontece apenas seis dias após o baterista Nick Pierce e o guitarrista Ken Susi terem deixado o colectivo, e doze dias após o baixista/vocalista Ryan Neff ter comunicado que também ia deixar a banda liderada pelo controverso Tim Lambesis.
Ontem, quarta-feira, 30 de Outubro, Phil Sgrosso divulgou o seguinte comunicado através das suas redes sociais: “Obrigado pela vossa paciência, sei que demorei algum tempo a reunir os meus pensamentos antes de falar sobre o estado actual dos AS I LAY DYING. Com os recentes acontecimentos, incluindo a saída de membros da banda e o cancelamento da nossa digressão europeia antes do lançamento do novo álbum, é evidente que estamos numa situação difícil e séria.
Simplificando, o que se passou mostra que os AS I LAY DYING já não oferecem um ambiente saudável ou seguro para qualquer das pessoas envolvidas — seja criativa, pessoal ou profissionalmente. Depois de ter testemunhado alguns padrões de comportamento preocupantes, apercebi-me de que não posso, em boa consciência, permitir mais acções que possam afectar negativamente qualquer pessoa que trabalhe neste espaço. Por estas razões, sinto que é do meu interesse distanciar-me completamente, tanto a nível criativo como pessoal, dos AS I LAY DYING.
Também quero deixar o meu apoio total ao Ryan, ao Ken e ao Nick, que tomaram a decisão de se afastarem recentemente. Estou grato pelo que fizemos e pela amizade que desenvolvemos nos últimos três anos. Após 21 anos dedicados a esta banda, não me sinto bem em deixar ou abandonar o que considero ser o trabalho da minha vida. Não sinto que eu, ou outros, devamos ser forçados a sair como tantos fizeram no passado.
Depois de tudo o que investi nesta banda, acredito que, com os ajustes e a reestruturação certos, a nossa música pode continuar a prosperar e a explorar novas possibilidades num ambiente mais saudável. Ao longo do tempo, os AS I LAY DYING têm sido prejudicados por disfunções e sinto que já não é da minha responsabilidade carregar esse fardo. Obrigado a todos que demonstraram apoio tanto a mim como aos AS I LAY DYING. Estou ansioso por colocar a minha energia e criatividade em empreendimentos novos e mais positivos num futuro próximo.”
Nas últimas semanas, os AS I LAY DYING, que supostamente regressariam a Portugal no Verão de 2025, enfrentaram uma série de saídas inesperadas, que geraram grande instabilidade no grupo. O baixista e vocalista Ryan Neff foi o primeiro a anunciar a sua saída, seguido pelo manager da banda, Alex Kendrick, pelo guitarrista Ken Susi (ex-Unearth) e pelo baterista Nick Pierce.
Pierce, que fazia parte dos AS I LAY DYING desde 2022, explicou a sua saída através de um comunicado nas redes sociais publicado a 24 de Outubro: “Neste momento, deixo de ser o baterista dos As I Lay Dying. Este não era o desfecho que esperava e sinto que preciso de me afastar da banda para preservar a minha saúde e integridade pessoal.” Pierce agradeceu o apoio dos fãs ao longo da sua jornada e ainda sublinhou que continuará a sua carreira musical, estando aberto a novas oportunidades de digressão e sessões de estúdio.
Apenas umas horas antes, Ken Susi tinha revelado que a sua saída estava ligada sobretudo a questões de natureza ética e moral: “Infelizmente, todos os meus princípios pessoais foram recentemente testados até ao ponto de ruptura. É o final mais triste para o que poderia ter sido uma grande segunda oportunidade para esta banda.” Susi destacou também o seu apoio a Ryan Neff, que foi duramente criticado nas suas redes sociais por ter sido o primeiro a deixar o grupo, lamentando não ter anunciado a sua decisão mais cedo.
Neff tinha anunciado a sua saída dos AS I LAY DYING no passado dia 18 de Outubro, afirmando que esta decisão tinha sido bastante ponderada e que acreditava que esse seria mesmo o melhor passo para o seu percurso pessoal e profissional. Ironicamente, estas saídas coincidem com o lançamento do oitavo álbum de estúdio da banda, «Through Storms Ahead», que tem data de edição prevista para 15 de Novembro via Napalm Records.
Nesse mesmo dia, os AS I LAY DYING iam dar também início a uma digressão europeia, que, segundo os promotores de diversos dos concertos da rota, foi cancelada nas últimas horas. De momento, após todas estas mudanças drásticas, o futuro parece algo incerto para a banda liderada pelo controverso cantor Tim Lambesis, não se sabendo como o músico irá reagir a esta nova realidade.
Formados em 2000, os AS I LAY DYING transformaram-se numa das mais bem sucedidas bandas norte-americanas de metalcore e, até a presente data, lançaram sete álbuns de estúdio, doze singles, duas compilações. A 25 de Fevereiro de 2014, o vocalista Tim Lambesis foi condenado a seis anos de prisão por ter tentado planear o assassínio da esposa, nunca consumado. Após cumprida a pena, o grupo resolveu voltar à actividade em 2017, iniciando uma digressão norte-americana, a primeira em cinco anos, quase metade dela esgotada, e anunciando uma digressão europeia para os fins de 2018. O último registo de longa-duração do grupo, intitulado «Shaped By Fire», foi editado em 2019 através da Nuclear Blast.