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DAN SEARLE explica o método “democrático” usado para criar o alinhamento da actual digressão dos ARCHITECTS, que “aterra” da Sala Tejo da MEO ARENA já no próximo Sábado, dia 22 de Março.

Os ARCHITECTS estão prestes a regressar a Lisboa para um concerto muito aguardado na Sala Tejo da MEO Arena. Este regresso marca um momento especial para os fãs portugueses, que aguardam há mais de uma década para voltar a ver a banda britânica em solo nacional. A digressão europeia que traz os músicos a Lisboa serve de suporte ao novo álbum «The Sky, The Earth & All Between», lançado a 28 de Fevereiro pela Epitaph Records e, para os seguidores acérrimos do grupo permanece uma questão mais ou menos inevitável: quais serão os temas escolhidos para o alinhamento?

Em entrevista recente com a LOUD!, o baterista Dan Searle revelou que os ARCHITECTS têm um método muito particular — e moderno — de construir a sua setlist: usam os dados do Spotify para identificar quais as músicas mais populares entre os fãs. “Vimos os Metallica a fazerem algo semelhante e pensámos: por que não tentar?“, explicou Searle. “No Spotify, conseguimos ver exactamente quais são os nossos temas mais populares entre os fãs, quais são os mais ouvidas nos últimos seis meses. Por isso, tentamos construir este alinhamento com base nesses dados.

A ideia é simples; se os fãs estão a ouvir determinadas canções com mais frequência, é bem provável que também queiram ouvi-las ao vivo. “Este método parece-nos mesmo a forma mais justa de o fazer“, explica o baterista. “Claro que há sempre quem se queixe, porque não conseguimos tocar tudo. Temos onze álbuns, não podemos tocar durante três horas todas as noites.” Para uma banda com um fundo de catálogo tão extenso, construir um alinhamento equilibrado torna-se um desafio constante; além disso, pormenores que podem parecer óbvios, nem sempre o são.

Veja-se, por exemplo, o álbum «Lost Forever // Lost Together», que é considerado um clássico pelos fãs. No entanto, o músico dos ARCHITECTS revela que os dados de streaming contam uma história bastante diferente. “As pessoas referem-se constantemente ao «Lost Forever // Lost Together» como um dos nossos melhores trabalhos, mas os números mostram que esses temas não são ouvidos com tanta frequência como se podia imaginar“, diz ele.

Searle acredita que o método baseado no Spotify permite criar um equilíbrio entre o material novo e os clássicos que os fãs esperam ouvir, mas, ainda assim, os ARCHITECTS não se esquivam a críticas dos seus seguidores nas redes sociais. “Vou ser totalmente honesto porque vejo muita gente a reclamar das nossas setlists na internet, o que é inevitável porque temos onze álbuns e não podemos tocar durante umas três ou quatro horas“, lamenta.

É insustentável para o Sam, como vocalista, gritar durante duas horas todas as noites, por isso só podemos tocar durante algum tempo. E, claro, temos muitos fãs de diferentes eras da banda e temas que gravámos há quinze anos… Portanto , é uma tarefa impossível agradar a toda a gente“. Ainda assim, uma das maiores surpresas deste ciclo de concertos tem sido o impacto de «Whiplash», um dos temas mais intensos e agressivos de «The Sky, The Earth & All Between», o mais recente LP dos ARCHITECTS.

Eu já suspeitava que funcionaria bem em palco, mas nunca sabemos ao certo até começarmos efectivamente a tocar os temas“, disse-nos Searle. “Felizmente, confirmou-se: é uma verdadeira carnificina. É um daqueles temas que fazem a plateia explodir de energia logo nos primeiros acordes. Para ser honesto, estes espectáculos têm sido fantásticos. Tem sido óptimo tocar nestas cidades, nestes clubes e arenas, mas sei que, quando estivermos a tocar em grandes palcos de festivais, com dezenas de milhares de pessoas à nossa frente, essa canção vai ser muito perigosa.

O baterista dos ARCHITECTS explicou também que o alinhamento é cuidadosamente programado para garantir que cada tema funciona não só musicalmente, mas também em termos de produção e de todo um espectáculo visual pensado para provocar tanto impacto quanto possível. “Temos uma equipa de produção incrível“, explicou Searle. “As luzes estão programadas para estarem perfeitamente sincronizadas com a música, o que significa que não podemos simplesmente mudar o alinhamento de um dia para o outro sem causar o caos nos bastidores. Tudo é meticulosamente ensaiado para que o espectáculo funcione como um todo.

Como é fácil perceber, este nível de preparação e atenção aos detalhes reflecte o profissionalismo que define os ARCHITECTS nesta fase da sua carreira. “Quando começámos, éramos uma banda muito mais espontânea“, recordou Searle. “Podíamos decidir em cima do palco o que íamos tocar a seguir. Agora, a escala da produção obriga-nos a ser muito mais organizados e meticulosos. Mas isso também significa que conseguimos oferecer aos fãs um espectáculo de nível mundial.

Com um alinhamento pensado ao pormenor e uma produção de alto nível, o concerto dos ARCHITECTS em Lisboa promete ser um dos pontos altos da digressão europeia – uma celebração entre a banda e os fãs portugueses. Os bilhetes para o espectáculo, que conta também com os BRUTUS e GUILT TRIP como convidados especiais, estão disponíveis em primeartists.eu e nos locais habituais. Os preços variam entre os 40€ (bancada) e os 45€ (plateia).