A notícia já se espalhou, para celebrar os trinta anos de «Black Album», os METALLICA procuraram bandas e artistas para reinterpretarem todos os temas contidos no álbum. Alguém irá mesmo escutar cinquenta e três versões? Seria mais giro que fizessem uma versão redux do mesmo, algo como «Metallica For Metal», mais dirigido ao público mais afecto aos sons de peso, não? Talvez. O disco original dispensa apresentações. Alguns dos temas foram já alvo de boas versões, começando logo pelas dos finlandeses APOCALYPTICA, quiçá a mais famosa banda de versões dos METALLICA. Foi assim que começaram, pelo menos. Em 1996, lançavam um disco que fundaria um género e moldaria uma forma de aproximar a música. A versão para «Enter Sandman», contida em «Plays Metallica By Four Cellos» e que podes ouvir em cima, bastaria para preencher esta coluna. Talvez num futuro, haja espaço para se falar das outras versões dos APOCALYPTICA, ou das dos 2CELLOS, THE SNAKE CHARMER, GODDESSES OF BAGPIPE, RED HOT CHILI PIPERS, HARP TWINS ou até dos nacionais OPUS DIABOLICUM. De qualquer maneira, com os APOCALYPTICA nunca vão faltar interessantes versões para temas dos METALLICA.
Mais recente, e também uma boa sugestão, é uma proposta para «Sad But True». Um riff monstruoso que bem poderia servir de mote a uma excelente versão stoner, ou até de outro género. Consegue imaginar-se os MASTODON a pegar nesse tema? Claro que sim, mas no fim, a surpresa vem da Ásia, através de «Mongollica». Ou, melhor, dos surpreendentes THE HU, que recriam o tema usando os seus instrumentos não convencionais, conferindo-lhe um lado demoníaco que não desagradaria a Hetfield. Nota para o vídeo, com aquele ar de Mortal Combat, que só reforça a coisa. E sim, ainda há espaço também para «The Unforgiven», aquela malha com ar de band-sonora de western spaghetti. Talvez por isso, James tenha feito uma parte II do tema. Mas… E que tal revesti-lo de alguma electrónica e conferir um ar ainda mais soturno? Foi isso que os DIE KRUPPS fizeram, logo em 1992, através de «A Tribute To Metallica». Os germânicos não perderam tempo a perceber o valor do «The Black Album» e três dos cinco temas do EP são versões para este disco. Há um cheirinho de teclas de Jon Lord, aos quatro minutos, que só melhora a versão.
Por esta altura, são inúmeros os discos de homenagem aos METALLICA, e mesmo o «The Black Album» já recebeu, por várias vezes, versões de “tributo”, na íntegra. É só procurar, mas na semana dos trinta anos, são apenas três as propostas deixadas pela LOUD!. Afinal, será que em 2021, ainda haveria paciência para mais?