Um ano após a edição do muito aplaudido «Gallas», os nacionais ANZV voltam aos palcos para uma actuação muito especial. Os IRAE, VOIWOMB e ICOSANDRIA garantem a primeira parte do espectáculo.
Os enigmáticos ANZV anunciaram uma actuação muito especial, que pretende comemorar o primeiro aniversário do muito aplaudido álbum de estreia «Gallas». O concerto está marcado para o próximo dia 20 de Outubro, na Sala 2 do Hard Club, Porto, e conta ainda com a presença dos convidados especiais IRAE, VOIDWOMB e ICOSANDRIA.
“Convidamos-vos a participarem num ritual que assinala um ano de «Gallas», um álbum de death/black metal dinâmico e inovador que funde a essência crua dos ventos do norte com um enigmático toque da Mesopotâmia, misturando habilmente elementos do black metal clássico e mais moderno“, pode ler-se num comunicado divulgado pela Notredame Productions. “Um evento especial que terá lugar na Sala 2 do Hard Club no Porto, dia 20 de Outubro, e que vos transportará numa jornada sonora até ao abismo do niilismo e desespero, desafiando crenças e valores convencionais.” Os bilhetes para o evento estão à venda através da unkind.pt e do e-mail Notredame.promo@gmail.com.
Há cerca de dois anos fomos apresentados a um vídeo, a um novo canal de YouTube e a quatro letras – ANZV. Algures num deserto ou algo similar, uma enigmática figura feminina posa para a lente, quase ocultada por uma veste negra. A música sobe de volume e intensidade; quase no final, ecoa uma voz gutural. Aquela que foi a primeira apresentação deste projecto ao mundo durava apenas 83 segundos.
Uns meses depois surgiu o anúncio, por parte da Exorcize Music, que nos notificava em simultâneo da sua ressurreição e fazia uma referência a «Gallas». É assim que se intitula a estreia dos músicos, a que a independente lusa se referia como “uma banda onde os ventos do Norte se fundem com a temática Mesopotâmica através de um black/death Metal que vagueia entre o clássico e o post-black metal”.
O artwork do álbum, criado a partir de ilustrações de Inês Morais, foi então o passo seguinte na teia de revelações pontuais. A acompanhar, surgiu também o alinhamento de temas, criando expectativa para os dois singles que se seguiriam. «Inane», rapidamente sucedido por «Isimud». Por esta altura já se sabe que o quinteto “reúne elementos cujos caminhos se cruzaram ao longo de décadas na cena nacional de black metal”. São eles M. e N. nas guitarras, A. na voz, T. no baixo e E. na bateria.
Em declarações exclusivas à LOUD!, M., um dos guitarristas, explica que “ANZV surgiu no final de 2019, após estar desligado uns bons anos da composição. Comecei a compor conforme ia tendo algumas ideias, que ficaram inicialmente guardadas para consumo pessoal. Sempre tive o hábito de gravar coisas para mim. Nessa altura, não tinha ideia de voltar a tocar ao vivo, era apenas por gosto que ia compondo. Como já tinha outro projecto activo, ainda ponderei assumir esses temas para esse projeto já existente, mas ANZV foi crescendo de forma muito distinta e requeria alguma componente visual.”
Hoje percebe-se que os primeiros sons do clip divulgado em 2020 são os mesmos que abrem «Isimud», tema de abertura de um registo que logo evolui para uma toada muito mais violenta. Mesmo assim, o disco revela-se cuidado, aqui e ali melódico, sempre em tom épico, que levanta muita curiosidade sobre como resultará ao vivo. Caso, por exemplo, de «Remnants», faixa onde se notam referências de post black.
“O post black metal surge mais por algumas passagens na percussão, por exemplo, porque tem mais influência do rock alternativo do que propriamente do death e do black metal”, refere M. “Para nós é sempre desconfortável quando chega a hora de definir a sonoridade dos temas, essa definição surge da opinião de pessoas próximas a ANZV, que nos foram dando feedback à medida que foram ouvindo temas durante a composição”, confessa o músico.
Além da componente áudio, a estética visual também se revela importante para o colectivo. M. explica: “ANZV foi crescendo e ganhando identidade própria, sem influência de quem a compõe. Tanto a nível visual como pessoal, é desconexa de ego”. Desta forma, o grupo “ganhou uma identidade própria e desligada de quem a completa, daí não termos qualquer necessidade de estar a divulgar quem está por detrás da mesma. Queremos que as pessoas apreciem a música e toda a estética visual que a envolve”.