“Recentemente, foram feitas alegações de agressão sexual contra mim e posso dizer que essas histórias são categoricamente falsas”, afirma o líder da banda de punk rock.
Justin Sane e os restantes três membros dos ANTI-FLAG emitiram declarações sobre a recente separação do grupo na sequência de acusações de agressão sexual feitas contra o vocalista da banda. Sane nega as acusações, apelidando-as de “categoricamente falsas”, e confirma que a banda norte-americana decidiu separar-se porque “seria impossível continuar” dadas as circunstâncias actuais. “Recentemente, foram feitas alegações de agressão sexual contra mim e posso dizer que essas histórias são categoricamente falsas“, começou por escrever o músico. “Nunca tive uma relação sexual que não fosse consensual, e nunca fui abordado por uma mulher após um encontro sexual que me tivesse dito que, de alguma forma, agi sem consentimento ou a violei de alguma forma. Agora, que tive alguns dias para absorver o choque inicial, estou a escrever esta declaração para esclarecer as coisas. A agressão sexual é real e tem um impacto devastador nas vítimas. Dediquei toda a minha vida adulta a defender essas vítimas, bem como aquelas que sofrem de opressão e desigualdade, que são vitimizadas, humilhadas e abusadas. Sempre fui e sempre serei essa pessoa. As declarações que estão a ser feitas sobre mim são a antítese daquilo em que acredito e da forma como me comportei ao longo de toda a minha vida. Relativamente à dissolução dos Anti-flag como banda, foi tomada a decisão de que, nestas circunstâncias, seria impossível continuarmos. Quero agradecer à minha família e amigos, e aos muitos, muitos fãs, músicos e bandas que me procuraram para oferecer apoio e ajuda.”
Pat Thetic, Chris Barker e Chris Head, os restantes elementos dos ANTI-FLAG, optaram por emitir uma declaração colectiva, também publicada através da conta de oficial de Justin Sane no Instagram. “Um dos princípios centrais dos Anti-Flag é ouvirmos e acreditarmos em todos os sobreviventes de violência e de abuso sexual“, pode ler-se. “As recentes alegações sobre o Justin estão em contradição directa com esse princípio. Portanto, sentimos que a única opção imediata era a dissolução da banda. Ficámos chocados, confusos, tristes e com o coração partido desde o momento em que ouvimos essas alegações. Embora acreditemos que isso seja extremamente sério, nos últimos 30 anos nunca vimos o Justin ser violento ou agressivo com mulheres. Esta experiência abalou-nos profundamente. Entendemos e pedimos desculpas por esta resposta não ter sido rápida o suficiente para algumas pessoas. Este é um território novo para todos nós e processar a situação está a levar-nos algum tempo. Foi um privilégio para nós estarmos na banda Anti-Flag, porque procurámos sempre encontrar o nosso caminho”.