Aqueles que estiveram atentos às redes sociais já perceberam a movimentação, os ANGRIFF estão de volta, e com um novo álbum. Em 2020, assinalam-se vinte e três anos sobre a formação da banda de Mangualde. Nesse tempo, o grupo gravou vários trabalhos. Primeiro, a maqueta «Rage», em 1998, a que se sucederam dois álbuns, «War Of Life», de 2001, e «Under The Decadence», em 2006. Após o EP «Art Of Aggression», em 2010, veio um silêncio prolongado que durou até agora, culminando no anúncio do lançamento de «Sodomy In The Convent», através da Firecum Records.
Neste momento o grupo está reduzido a um duo, com José Rocha, que aqui faz guitarra, baixo e bateria, e OJ Laranjo, na voz. Nos dez temas que compõem o disco, participam ainda dois guitarristas, António Baptista, ex-membro do grupo, actualmente nos BASALTO e que faz solos em dois temas, e Chris Holmes, com o ex-W.A.S.P. a fazer solo numa das malhas. Com edição prevista para o mês de Janeiro do próximo ano, o grupo descreve «Sodomy in the Convent» como “o trabalho mais hostil e feroz da nossa carreira”. Gravado no Metalpoint, no Porto, com captação a cargo de Hugo Loureiro, teve edição, mistura e masterização nos Estúdios Hanuman, com Bruno Sousa.
Segundo José Rocha, também conhecido pela sua actividade como promotor de eventos, incluindo o Mangualde Hard Metal Fest, “o regresso às edições discográficas não estava minimamente nos planos. Já há muitos anos que pretendia gravar guitarra e bateria num projecto individual, mas por falta de tempo fui sempre adiando”. A mudança dá-se “por causa da situação da pandemia. Fui obrigado a parar os eventos que tinha programado e fiquei com mais tempo, voltei a pegar por brincadeira na guitarra e foram saindo uns riffs que me agradaram, compus cinco músicas nesse período de confinamento e mostrei a algumas pessoas que me incentivaram a ir gravar”.
Nessa fase, Rocha ainda trabalhava com o projecto usando o nome EISENFAUST “e tinha ideia de convidar um vocalista diferente para cada música, mas descobri que havia já uma banda com esse nome”. Alguns amigos aconselharam-no então a prosseguir com os ANGRIFFA e, como sabemos agora, o velho projecto acabou mesmo por vingar. “ O OJ Laranjo já iria ser o vocalista e letrista do meu projecto, por isso acabou por ser um processo natural”, explica o agora guitarrista e baterista. Se 2020 se revelou um mau ano, a sua inspiração parece vir a dar muitos frutos para o próximo.