Presença assídua em palcos nacionais, os AMENRA são uma das grandes atracções da edição de 2023 do AMPLIFEST, que decorre este fim de semana no Porto.
Nome maior do post metal europeu, os AMENRA voltaram às edições a 25 de Junho de 2021 com «De Doorn», o primeiro LP não Mass na carreira da banda e o primeiro totalmente cantado em flamengo. Um álbum singular na carreira dos belgas, o disco surgiu quatro anos após o aclamado «Mass VI», num período em que celebraram vinte anos de carreira, mudaram de baixista e enveredaram numa série de diferentes aventuras artísticas, desde a óbvia música, passando por exposições e elaboração de bandas-sonoras para peças de dança contemporânea.
A LOUD! teve a oportunidade de falar com o frontman da banda, Colin H. Van Eeckhout, sobre o novo álbum, e tudo o que aconteceu à volta do mesmo.
Quando lançaram o «Mass VI», disseste-nos que o próximo Mass poderia demorar muito tempo e que nem podias garantir que fosse existir. Quatro anos depois, surge o vosso primeiro LP que não é um Mass. O que aconteceu?Coisas diferentes daquelas sobre as quais escrevemos um Mass, até porque nestes anos não passámos por experiências traumáticas. Como somos músicos e fazemos a música que fazemos, houve projectos em que escrevemos e que ainda têm de ser lançados… Houve bandas criadas, algumas como os Wiegedood do Levy [Seynaeve, ex-baixista] e os Skemer do Mathieu [Vandekerckhove, guitarrista] com a namorada, que já viram a luz do dia; eu também fiz alguns discos a solo, trabalhei noutros projectos.
Eventualmente começámos a escrever a sério para ocasiões especiais na Bélgica. Em 2018 pediram-nos para escrevermos uma peça para uma comemoração do final da primeira guerra mundial e tocámos a peça numa praça na Flandres ocidental em conjunto com uma performance de dança. Depois tivemos o nosso aniversário de vinte anos de banda e fizemos uns rituais a sério. Fizemos um ritual de fogo para os habitantes da minha cidade de Gent, cujo objectivo era libertá-los das suas perdas não reconhecidas.
Foi um evento diferente, houve uma estátua erigida na cidade durante algum tempo para que as pessoas colocassem as suas aflições e os pesos que estavam a arrastar, depois a estátua seguiu em procissão para o parque da cidade e foi colocada a arder perante 2.000 pessoas enquanto tocávamos. Pouco tempo depois, uma outra cidade belga deu-nos uma estátua de bronze, construímos uma estrutura de madeira à volta e incendiámos a estrutura no ritual, de forma que a estátua emergiu das cinzas.
Quisemos escrever música para comemorar esse ritual e foi dessa vez que a Kristin, a Lingua Ignota, tocou connosco. De repente, apercebemo-nos que tínhamos escrito um álbum! Foi uma forma completamente diferente de trabalhar, foi focado no nosso país, escrito para os locais, e por isso mesmo fomos mais fechados na sua elaboração e escolhemos o flamengo.
Como te sentes a cantar e escrever em flamengo?
A cada disco que passa mudo enquanto ser humano e como tal na forma como olho para a escrita. Como o inglês não é a minha língua materna e já escrevi letras para seis discos, o meu vocabulário está um bocado gasto, especialmente porque escrevo sempre sobre o mesmo tema; sobre perda, sobre encontrar o nosso lugar, e sobre a dor de viver.
Senti-me preso e eventualmente apercebi-me que às vezes a mesma frase faz mais sentido numa língua do que noutra. De certeza que há certas frases em português que têm uma poesia e profundidade de significado que não consegues traduzir para nenhuma outra língua, têm um significado com vários níveis. Como dizia, apercebi-me que só conseguia fazer isso na minha língua materna, sinto-me muito mais à vontade para brincar com as palavras.
Tive oportunidade de ler tanto as letras em flamengo como a tua tradução para inglês e há mesmo muita poesia perdida.
É estranho, não é? Não dá mesmo para traduzir poesia. Acredito que estava na hora certa para este álbum e não é de todo uma merda de marketing. Se tivéssemos um manager, ele dizia que somos estúpidos, mas sentimos que isto era o certo, e não há nada mais Amenra do que isso. No final, não só não foi estratégia nem conceito, simplesmente escrevemos o disco em flamengo sem nos apercebermos disso e no fim aceitámos que era isso que tinha de ser.
Há um aumento de declamação neste álbum. Sentiste-te mais confortável a abordar uma canção como a «De Dood In Bloei» por causa da língua?
A «De Dood In Bloei» é uma canção que podes comparar ao «Mass VI», em que tínhamos poesia neerlandesa entre canções, esse foi o primeiro passo. Também há um estilo de música aqui na Bélgica que foi popular nos anos 70 que é um bocado como o blues e outlaw country que tinhas nos Estados Unidos com artistas como Townes Van Zandt. Ao mesmo tempo tinhas artistas flamengos cuja música, chamada kleinkunst, era similar e que, como a chanson francesa, se foca na narração e não no cantar.
Como estava a usar a minha língua materna, as palavras surgiram com mais fluidez e senti que tinha mais a dizer. Normalmente quando escrevo, tenho muito para dizer mas salto metade, de forma a conseguir encaixar as letras num par de compassos. Desta vez, senti que cada palavra era importante e por isso mudei para a narração. Acaba por ser um desafio interessante ter de encontrar formas de contar uma história que sejam diferentes daquelas que já usei.
Essa apreciação pelo kleinkunst foi a razão para lançarem as covers de Zjef Vanuytsel há um par de anos?
Na verdade essas covers foram também uma forma de eu e do Lennart desenvolvermos um respeito profundo por esse estilo de música e por essa forma de tocar guitarra. Quando decidimos tocar essas canções, ficámos estupefactos com o quão simples elas pareciam, mas o quão fodidas eram de tocar, sobretudo tendo em conta que eram cantautores e que por isso estavam a dedilhar a guitarra e a cantar ao mesmo tempo.
A velocidade a que ele canta na «Het Dorp» é incrível.
Sim, é mesmo fodido. Para além desse aspecto, eles cantam sobre coisas tão normais que parecem triviais, mas são tão certeiros e honestos no que dizem que aquilo entra. É incrível, como se estabelecesse uma linha directa. Podias pensar que não pensaram muito naquelas letras serem poéticas, mas é como uma arte subtil ou uma arma de precisão. É muito interessante para mim mergulhar nesse estilo de música e perceber como eles se focam no essencial sem o decorar com flores. É música pesada.
Qualquer que seja a forma de arte, muitas vezes o mais difícil é capturar algo essencialmente humano de forma simples.
Um par de frases podem ser tão duras e fortes e isso é algo que me interessa a mim e ao resto dos Amenra. Nós gostamos de minimalismo. Se consegues ter um par de notas e um bom padrão, podes acrescentar mais um bilião de notas sem acrescentar nada de novo à música. São essas três notas que te vão arrepiar, são essas três notas naquele momento que te vão atingir e levar às lágrimas. É fascinante ir à caça desses momentos na música.
Podes-nos explicar o enquadramento do álbum no título «De Doorn»?
Sim, o espinho. Como somos seis músicos neste álbum, quis seis espinhos diferentes, assim cada um simboliza uma dor diferente que cada um carrega consigo. Cada um de nós tem um espinho específico e temos de perceber que, não obstante a dor individual, somos todos iguais.
Também se trata do primeiro disco com o vosso novo baixista, o Tim de Gieter. Como é que correu a entrada dele na família?
É sempre bom ter novos membros porque eles têm uma quantidade incrível de entusiasmo. [risos] Para nós é muito fixe ter alguém que, para além de ser dez anos mais novo, tem fome de se provar e de justificar o lugar na banda. Tem sido um ambiente muito bom e também nos inspira a nós ter um novo membro que está a ajudar a puxar a carruagem da banda e a encontrar novas formas de criar.
Tendo em conta as circunstâncias por trás da criação do disco e as novidades estilísticas, é interessante notar que a sonoridade se mantém quintessencialmente Amenra.
Isso é algo que protegemos com muito cuidado. Sempre que escrevemos um disco e chega um riff ou uma passagem nova, perguntamo-nos sempre “Isto é Amenra o suficiente?”, de forma a manter o equilíbrio. São discussões intermináveis sobre essa merda. Enfim, lá nos apercebemos que o ser Amenra não implica necessariamente a forma de tocar ou o estilo de música. A meu ver, se fizermos um concerto acústico, continua a ser Amenra, tentamos ser pesados e intensos de forma diferente, mas é a mesma história.
Neste disco, a abordagem é realmente diferente mas o equilíbrio está lá, o que interessa é que a história que contamos e os sentimentos que ela cria nos ouvintes sejam uma reflexão daquilo que entendemos enquanto Amenra. Concordo que tenhamos mantido esta identidade mesmo com a forma diferente de tocar, até porque desta vez foi o Lennart [Bossu, guitarrista] a escrever a maioria do material, enquanto que nos primeiros cinco foi o Mathieu e no último foi o Levy.
Esta variedade na composição torna o estar na banda muito fixe, porque não é uma banda que se centra num só indivíduo. Pode ser sempre a minha cara que vês e a minha voz que ouves a explicar as merdas, mas é verdadeiramente uma banda em que todos os indivíduos são essenciais.
Como é que olhas para a progressão do Lennart ao longo dos anos?
Ao início, e isto é algo que toda a gente que entrou nos Amenra após a fundação da banda nos disse, é sempre bastante complicado, porque já existimos há tanto tempo, já nos conhecemos há tanto tempo, e temos uma ideia tão clara do que os Amenra são, que não é fácil chegar aqui e dizer “Vamos fazer isto.” Há sempre um período de adaptação, até porque somos uma banda esquisita na forma de trabalhar, devido à quantidade de diálogo.
A maioria das bandas têm uma pessoa que escreve a música, a leva para a sala de ensaios, e a partilha com o resto. Não é assim que funciona connosco. Quanto ao Lennart, ele chegou depois da gravação do «Mass IIII» e manteve-se discreto, mas também é essa a personalidade dele, ele é uma pessoa que se deixa ficar no fundo, deixa os outros trabalhar, e observa. Foi isso que fez e no «Mass V» já fez alguns arranjos. Como no «Mass VI», o Levy escreveu imenso, ele apercebeu-se que as portas estavam abertas e começou a chegar-se à frente.
Além do Lennart, também a Caro Tanghee, dos Oathbreaker, aparece de forma proeminente no disco.
A Caro é uma identidade especial e tem sido uma pessoa muito presente em tudo o que é Church Of Ra, tem uma voz incrível e quando abre a garganta sai uma violência fodida. Ela também vivia em Gent, pelo que estávamos próximos até ela ir viver para os Estados Unidos há uns anos atrás.
Eu sempre tive interesse na dualidade entre a voz masculina e feminina e acho que nunca tínhamos explorado isso até ao fim com os Amenra, mas como era um disco em flamengo, ela veio-me imediatamente à cabeça. Para mim, um álbum torna-se mais completo se ambos os sexos estiverem presentes, é uma representação mais fiel do mundo e da vida.
Como o Lennart foi a principal força criativa na escrita, fez sentido ter a voz dela também presente, por isso encontrámo-nos com ela no Machines With Magnets para umas gravações adicionais e ela gravou a voz lá.
Como é que decidiste quais seriam as tuas linhas e quais seriam as da Caro?
Já tinha tudo escrito e não a quis restringir excessivamente, pelo que a deixámos cantar bem mais do que aparece no álbum e no fim decidimos onde é que precisávamos de abrir a sério a música em termos emocionais, onde é que essa força adicional fazia sentido.
Mencionaste o estúdio do Seth Manchester, essa ideia surgiu a propósito da colaboração com a Kristin?
Sim, isso definitivamente abriu-nos portas. Ele é um tipo interessante, mas a primeira versão do disco tinha de ser nossa, ele é um produtor a sério, daqueles que deixam uma marca em tudo o que fazem e não acho que Amenra seja banda para isso.
Há duas canções, a «De Evenmens» e a «Ogentroost», cujos títulos resultam de jogos de palavras em flamengo. Podes tentar explicar-nos a poesia e significados subjacentes?
A «Evenmens», para começar, é uma palavra que nem em flamengo existe. Eu tinha a frase “We zijn even mens,” que significa algo como “Nós somos humanos durante pouco tempo,” e decidi combinar o final para significar “temporariamente humano.” Soa estúpido se traduzires, mas faz todo o sentido para nós. A esperança é importante para os Amenra, damos muita importância à empatia com os outros e ao tentar o nosso melhor tornar este mundo tão belo quanto possível, ser humilde, e partilhar esta gratidão com quem nos rodeia.
Apesar da tradução impossível, é esse o sentimento que aquele título carrega para nós. No caso da «Ogentroost», o princípio é semelhante, juntei duas palavras, “ogen” para olho e “troost” para conforto. O título refere-se ao olhar de alguém quando te está a confortar. Era essa a imagem que queria transmitir, toda a gente conhece aquela expressão específica de alguém que nos está a confortar, é um olhar profundo e nada se lhe compara.
As letras mencionam um pai e uma mãe a confortar os filhos.
Essa foi uma das canções que escrevemos com o fim da primeira guerra mundial em mente e essas passagens falam sobre pais que têm os filhos no meio da guerra, algures longe de casa, e que não sabem se algum dia os voltam a ver, que imagino ser um sentimento avassalador e muito profundo.
Em termos emocionais, a «Voor Immer» termina o álbum com algo que parece um adeus.
Já o disse em entrevistas, mas muito do que faço é como que um adeus. Em tudo o que faço há um sentimento de partida, de dizer adeus. Provavelmente porque perdi algumas pessoas quando era relativamente jovem, essa ideia aninhou-se na minha forma de olhar o mundo desde então e fez-me compreender que tudo pode acabar num instante.
Ouvimos falar imenso de pessoas que não puderam dizer adeus àqueles que amam e é por isso que me quero antecipar no meu trabalho. Pelo menos já disse adeus. É estranho, «Voor Immer», para sempre, eternamente, certamente, para mim é tão óbvio, às vezes é mesmo como olho para as coisas. A vida é um longo adeus.
Voltando-nos para o passado, em 2019 celebraram o vosso 20.º aniversário com uma série de eventos em que, entre outras coisas, puderam exibir peças de arte que fazem parte da história dos Amenra. Como foi a sensação de o poderem fazer?
Tivemos uma série de exposições nesses meses, foi muito fixe fazê-lo porque há imenso material, tivemos amigos nossos a criar imensa arte ao longo dos anos, e isso tornou-se num mundo em si mesmo. Todos os concertos de apresentação de álbum que fizemos na Bélgica desde o «Mass V» aconteceram em recintos em que as pessoas tinham de atravessar uma exposição antes de entrarem na sala do palco. O poder ver e tocar estas peças fundamentais para o visual da banda é muito bom, é algo que sempre quis que acontecesse com bandas de que gosto, o tornar real esse mundo fictício.
Até o montar da exposição é um momento bonito, porque toda a gente se junta mais cedo. Normalmente chegas ao recinto, tratas do equipamento, tocas, e vais para casa. Nestes eventos estivemos lá um par de dias e até o simples discutir de onde expor esta e aquela peça com toda a gente presente se tornou num sincero e caloroso momento, e para mim essa é parte da beleza de estar nos Amenra.
Em Amesterdão infelizmente tiveram de usar uma sala mais à parte para a exposição, imagino que seja uma experiência muito diferente ter de a atravessar antes do concerto.
Sim, e é por isso que gostamos de tocar em recintos não tradicionais. Quando tocas numa igreja, numa floresta, ou numa cave, a própria chegada ao recinto é uma experiência em si, é completamente diferente de chegar a um bar, pedir uma cerveja e ir para a zona do palco. Torna-se num momento que fica marcado para sempre e é isso que queres enquanto artista.
O mesmo se aplica aos fogos que referi antes, quando tens esta fogueira gigante durante a actuação, todos nos tornamos mais pequenos enquanto seres humanos, todos nos apercebemos que há algo excepcional a acontecer e isso aumenta o respeito pelo momento.
Nesses eventos também fizeste música para uma peça de dança contemporânea da Natalia Pieczuro. Como é que abordas a composição num meio artístico tão diferente?
Toquei baixo para essa peça e gostei muito. Primeiro, porque nos permite focar no acto de tocar música, já que os olhos não convergem em nós o tempo todo. Permite-nos desaparecer no fundo e deixar a dança contar a história.
É bom ter essa liberdade, porque nos Amenra estamos presos a nós próprios, sabemos como é que tudo deve soar e não há essa liberdade, enquanto que com a dança temos algum espaço para o improviso e para antecipar o que se passa em palco. Neste momento estou a trabalhar numa peça entre a dança e a ópera e também é muito interessante mergulhar nesse mundo, percorrer esses terrenos novos, e perceber como funcionam.
Tivemos o prazer de vos ouvir tocar versões do Townes Van Zandt durante o Roadburn Redux, uma da «Kathleen» e outra da «Black Crow Blues». Como olhas para a experiência?
É uma honra poderes pegar no que ele criou, e tentar transmitir com o teu som o que pensas que ele queria fazer de forma a honrar o legado dele. O Townes acabou por não ter muito reconhecimento, estava a chegar lá quando morreu. Confesso que na Bélgica não tinha ouvido falar dele, e acabou por ser por causa do pessoal dos Neurosis que o descobrimos. Ele tem a mesma essência musical do fado na noção de saudade; na forma de contar histórias dele há uma tristeza, um melancolia por um tempo melhor que nem é passado nem futuro.
O barro dele é a essência da humanidade e isso para mim é a base de toda a boa música. Não me interessa o género da música, desde que trabalhe com o fundamental da emoção humana, provavelmente gostarei dela e isso aplica-se ao Townes. Como não toco guitarra bem o suficiente, fico grato ao Lennart por ter aceite emprestar o talento dele para nos permitir entrar no mundo do Townes e honrar esse legado musical alterando o mínimo possível o sentimento original.
Como é que explicas o paralelo na forma de contar histórias do Townes e do Zjef, que apareceram numa altura semelhante, mas em partes completamente diferentes do mundo?
Na «Het Dorp», o Zjef fala de uma vila pequena e o Van Zandt, no fundo, acaba por falar da mesma vila e das pessoas que vivem lá. A parte bonita é mesmo a forma como cada um trabalha com o que vê, com o trivial e mundano que tantas vezes passa despercebido às pessoas.
É disso que eles falam e é por isso que as pessoas se identificam tanto com essas histórias, porque a vida é isso mesmo. É a realidade despida de enfeites, é o que é, e é isso que tentamos fazer com os Amenra. Sinto-me agradecido por poder fazer essas coisas e para mim faz todo o sentido fazê-lo enquanto Amenra.
Tiveste oportunidade de tocar a «Het Drop» com o Lennart na praça da vossa vila natal de Marke. Foi um momento especial?
Sem dúvida, a minha mãe estava na plateia, foi perto da câmara municipal e do parque onde costumávamos brincar enquanto miúdos. Foi o completar de um círculo, todos queremos ter os nossos pais orgulhosos de nós, todos queremos esse sentimento de realização, eles deram-nos tudo o que tinham e queremos orgulhá-los.
Quando tens a oportunidade de fazer algo do género, pode não ser muito especial para uma série de pessoal, mas para uma mãe tem significado ter o filho ali a tocar uma canção. Foi definitivamente um momento bonito, não digo que seja a razão para o que fazemos, mas é sem dúvida uma parte genuinamente recompensadora.