Não é preciso estar aqui com grandes rodeios, o público nacional mantém uma relação próxima com os belgas AMENRA e, por esta altura, já toda (ou quase toda) a gente sabe que são uma das bandas mais intensas do planeta na actualidade. Ao longo de mais de duas décadas, o seu pós-metal ganhou corpo e opulência, abriu os braços e deu origem a uma resposta profundamente emocional e dedicada por parte de uma base de fãs muito considerável. A Church Of RA, de onde saíram nomes como OATHBREAKER ou os fugazes HESSIAN, é um exemplo de unidade como hoje há poucos — e, acreditem, dada a actual situação em que vivemos, são cada vez mais necessários. Os AMENRA, por muito negros e sufocantes que possam parecer ao primeiro impacto, também carregam em si uma luminoside, a proverbial luz ao fundo do túnel, como que a inspirarem a ideia de que vamos enfrentar a escuridão todos juntos. Essa atitude já se tinha notado nos álbuns e nas actuações ao vivo, mas agora, com a edição do documentário «A Flood Of Light» [que pode ser visto aqui], a banda belga dá oportunidade de conhecermos mais a fundo todo o conceito e os métodos que lhes permitem manter-se como um dos nomes mais respeitados na música extrema actual. «A Flood Of Light» foi filmado e editado por Bobby Cochran, um fotógrafo norte-americano que se juntou à banda em várias digressões pelo mundo, da Europa ao Japão. O resultado é uma celebração da arte, autenticidade e amizade entre os elementos do colectivo, com cenas dos bastidores, cenas ao vivo e entrevistas íntimas, capturando a história humana desta entidade criativa única.