Quando se visita Dublin, na Irlanda, é obrigatório ir-se a Harry Street e tirar uma foto com a estátua de Phil Lynott, dos Thin Lizzy. Não obstante a temperatura gélida que se atingiu na cidade no passado dia 8 de Dezembro, percebeu-se que este é um local de romaria para fãs do músico e da banda, mas também para os apreciadoes do rock em geral. Antes dos concertos começarem na 3Arena, tivemos oportunidade de entrevistar as três bandas e tanto os ALTER BRIDGE como os HALESTORM, confirmaram-nos que vêem a Portugal em 2023, por isso vamos aguardar pelo anúncio oficial de tão aguardado regresso. Já na arena propriamente dita, a noite começou com os MAMMOTH WVH, banda liderada por Wolgang Van Halen, filho do lendário (e malogrado) Eddie Van Halen. A actuação arrancou ao som de «Mammoth» e, logo no final desse tema, um problema da cabeça do amplificador levou a uma pequena pausa forçada, mas que ficou resolvida em menos de cinco minutos. Apesar de, nos discos, “Wolf” ser o responsável por todos os instrumentos e dar voz à banda, ao vivo, é acompanhado por alguns nomes bem conhecidos, como são o caso do guitarrista Frank Sidoris – que faz parte da banda de Slash com Myles Kennedy & The Conspirators – e do baterista Garrett Whitlock, que tocou na banda a solo de Mark Tremonti. O grupo fica completo com Ronnie Ficarro no baixo e Jonathan Jourdan na guitarra. Em palco, o próprio “Wolf” canta e toca guitarra e percebe-se bem que herdou os genes do pai. Apesar de uma actuação curta, foram 35 minutos muito bem passados de um rock de qualidade superior e que tornou o potencial da banda bem evidente.
Seguiu-se o arraso de Lzzy Hale e companhia. Aliás, por esta altura começam a ser cada vez mais escassos os adjectivos para definir a verdadeira experiência que é ver os HALESTORM ao vivo. A Sra. Hale tem, possivelmente, a melhor voz do rock na actualidade e uma capacidade de liderança em palco única. Apesar de terem tocado cinco temas do mais recente trabalho, onde se incluíram «The Steeple» e «Wicked Ways», ainda houve tempo para clássicos como «I Miss Misery», que encerrou a noite, «I Get Off» ou «Love Bites (So Do I)». A confirmar-se o regresso a Portugal em 2023, dez anos depois da sua estreia por cá – curiosamente, com os cabeças-de-cartaz desta noite – será certamente um espectáculo a não perder. Já com cerca de quarto mil fãs presentes na 3Arena, os ALTER BRIDGE subiram a palco ao som de «Silver Tongue», tema incluído no alinhamento de «Pawns & Kings», o mais recente álbum do grupo. O som estava alto, mas sem distorção, e percebeu-se logo que a voz de Myles Kennedy continua em grande forma – como sempre, de resto. Quem vai assistir a um concerto desta gente é conhecedor da carreira da banda e isso notou-se também na Irlanda, com os fãs a cantarem a grande maioria dos temas. Em «Burn It Down», Mark Tremonti assumiu a voz principal e o momento acústico da noite ficou reservado para «In Loving Memory», que foi dedicado por Kennedy “ao Ben”. Antes do encore, tivemos direito a uma trilogia de luxo, com «Wouldn’t You Rather», «Isolation» e «Metalingus» e, para terminar, ficaram as habituais «Open Your Eyes» e «Rise Today»,que deixaram os fãs totalmente satisfeitos. À saída, fomos todos recebidos com neve, quase um sinal de prenda de Natal antecipada.