ALEX WEBSTER, o veterano baixista e timoneiro dos CANNIBAL CORPSE, detalha a sua batalha com uma doença neurológica que, durante uns tempos, o impediu de tocar.
Corria o mês de Agosto de 2021 e Alex Webster, o virtuoso baixista dos veteranos CANNIBAL CORPSE. foi entrevistado pela Bass Player Magazine. Até aqui tudo normal, a banda estava a promover o seu LP mais recente àquela altura, mas durante a conversa, o músico de 54 anos revelou ter sofrido de uma doença neurológica chamada distonia focal, detalhando os primeiros sintomas que sentiu e a batalha que leva a cabo de há alguns anos a esta parte.
A disfonia focal é um distúrbio do movimento no qual os músculos se contraem involuntariamente, causando movimentos repetitivos ou de torção numa parte do corpo. Referindo-se a como tomou contacto com a doença, Alex Webster diz que a forma como tocava habitualmente começou a tornar-se cada vez mais forçada.
“Parecia que o meu dedo indicador ia para a esquerda em vez de ir para baixo“, detalhou o músico. “Quando percebi que algo estava errado, foi tudo muito confuso e assustador. Fiquei tipo, ‘O que está a acontecer com a minha mão direita?!? Por que não se está a comportar da forma como se comportou nos últimos 30 anos?’
Basicamente, os sinais do cérebro estão a ir pelo caminho certo para os meus dedos. Imaginem as vossas pernas a caminhar. E se o sinal do vosso cérebro estivesse a dizer para as duas pernas avançarem ao mesmo tempo? Isso não era exactamente o que se estava a passar com os meus dedos, mas certos sinais estavam definitivamente a passar e outros não.”
Alex Wevster começou então a trabalhar com um profissional médico e alguns colegas músicos para superar o problema, acrescentando que, como toda a gente deve ter percebido caso tenha ouvido os LPs mais recentes da banda, «Violence Unimagined» e «Chaos Horrific», de 2021 e 2023, respectivamente, hoje em dia está a tocar melhor que nunca.
Apesar de apresentar a banda a fazer o que sabe fazer melhor, «Violence Unimagined», que foi lançado a 16 de Abril de 2021, apresentou uma mudança substancial nos CANNIBAL CORPSE, com a adicção do guitarrista Erik Rutan às suas fileiras, juntando-se então ao baterista Paul Mazurkiewicz, ao baixista Alex Webster, ao guitarrista Rob Barrett e ao vocalista George “Corpsegrinder” Fisher.
Conhecido pelos papéis que desempenhou nos MORBID ANGEL, nos RIPPING CORPSE e nos HATE ETERNAL, como músico e produtor, Rutan há muito que se estabeleceu como uma das forças mais dinâmicas do death metal contemporâneo. Tendo colaborado com os CANNIBAL CORPSE nos seus últimos álbuns, o músico transformou-se na escolha mais óbvia para preencher o lugar deixado vago por Pat O’ Brien, que foi preso a 11 de Dezembro de 2018 por invadir uma casa e, depois, correr na direcção de um agente policial com uma faca na mão. Erik tem acompanhado a banda ao vivo desde 2019 e, em 2020, tornou-se membro titular do grupo.
Os CANNIBAL CORPSE têm estado na vanguarda do death metal desde 1988 e têm ajudado sempre a (re)definir e a moldar o género ao longo do seu percurso. Em 2021, Alex Webster e companhia elevaram a fasquia novamente com o lançamento de «Violence Unimagined» e em 2023, o ano em que celebram 35 anos de carreira, voltam à carga com o seu sucessor, o igualmente monstruoso «Chaos Horrific».
Escrito logo após a conclusão das sessões de gravação do predecessor, o LP inicia um novo capítulo num legado histórico, mas conserva ecos óbvios desse álbum. “Para mim, este disco parece uma espécie de continuação do «Violence Unimagined»“, confirma o baixista Alex Webster.
O guitarrista Rob Barrett, por seu lado, acrescenta: “Acho que as composições já progrediram tanto que estamos um patamar em que cada tema abre o seu próprio caminho, seja de forma mais directa ou mais técnica. Neste álbum há canções que são uma mistura de ambos, por isso não há uma ideia preconcebida de que queiramos ser mais técnicos ou seja o que for. No caso dos Cannibal Corpse, a música segue o seu próprio curso.“