Eram cinco da manhã em Portugal, quando os AC/DC “libertaram” por fim «Shot In The Dark» na íntegra. O tema é o primeiro single de avanço para o muito esperado novo álbum de estúdio da banda australiana, «PWR / UP», que vai ser, segundo o vocalista Brian Johnson e o baixista Cliff Williams, editado a 13 de Novembro. A canção, que antecede o primeiro registo de estúdio do quinteto desde «Rock Or Bust», de 2014. tem sido alvo de enorme curiosidade e falatório generalizado, com a banda a revelar-se excepcional na arte do teasing. primeiro com dois curtos trechos do clip [que podem ser vistos aqui e aqui] e a inclusão da canção num anúncio da . Como se pode comprovar no player em cima, «Shot In The Dark» é um tema roqueiro à AC/DC, sem tirar nem pôr, com um riff digno de figurar em qualquer um dos álbuns da sua era mais áurea.
«Shot In The Dark» chega às rádios e às plataformas de streaming, depois de um enorme período de espera pelo novo álbum dos AC/DC. No início deste mês, surgiram na internet várias fotografias dos AC/DC — Angus e Stevie Young, Cliff Williams, Brian Johnson e Phil Rudd — que alegadamente tinham sido publicadas no site oficial da banda, antes de serem rapidamente retiradas. Mais recentemente, depois de muitas ameaças e alguns teasers misteriosos, os AC/DC oficializaram finalmente o regresso de Johnson, Williams e do baterista Phil Rudd ao grupo, fazendo o gáudio da generalidade dos fãs com a formação de 2020.
Brian Johnson, o vocalista dos AC/DC, conversou recentemente com a Rolling Stone e explicou como conseguiu superar a sua perda auditiva para gravar um novo álbum com a banda e se preparar para uma digressão — que, por esta altura, não se sabe muito bem quando vai acontecer. “Foi uma coisa muito séria“, explicou Johnson. “Não conseguia ouvir o tom das guitarras. Era uma surdez horrível. Estava, literalmente, a socorrer-me dos músculos da memória e das formas da boca. E estava a começar a sentir-me realmente mal com o que estava a apresentar à frente dos rapazes e à frente das plateias. Não há nada pior do que ficar ali parado e não ter a certeza… Os médicos disseram: ‘Surdo é surdo, meu filho.’ O Cliff [Williams, baixo] e o Angus [Young, guitarra] não queriam ser responsáveis por eu danificar ainda mais os ouvidos… A verdade é que estas merdas acontecem. Pelo menos não foi nada terminal.“
Apesar de Malcolm Young ter falecido em 2017 após uma batalha contra a demência, segundo os músicos, a sua presença é muito sentida no novo disco. “Este álbum é basicamente uma dedicatória ao Malcolm, o meu irmão”, disse Angus na mesma entrevista à Rolling Stone. “É uma homenagem ao Malcolm, assim como o «Back In Black» foi uma homenagem ao Bon Scott.” Conforme o guitarrista explicou, foi só uma questão de ir ao cofre de música inédita do grupo. “Houve muitas óptimas ideias para músicas do período do «Black Ice» que ficaram para trás“, revelou Angus. “Naquela época, o Malcom disse-me para deixarmos essas músicas de lado para, se continuássemos, voltarmos a pegar elas. Isso ficou sempre comigo. Quando as ouvi pensei que, se fizesse mais alguma coisa na vida, tinha de gravar e libertar essas canções”.