Por esta altura não restam grandes dúvidas em relação ao estatuto dos AC/DC como uma das mais importantes bandas da longa história do rock’n’roll. Mais de 45 anos de carreira e inúmeros clássicos depois, o grupo australiano é dono de um dos fundos de catálogo mais respeitados da música pesada e essa discografia continua a ser alimentada com novos lançamentos. «Power Up», o recente lançamento da banda dos irmãos Young, é já o décimo sétimo álbum de estúdio do quinteto, mas os músicos já não vão para novos e a idade começa a pesar. Será que isso quer dizer que a reforma está cada vez mais próxima para um projecto que perdeu um dos seus elementos fundadores, Malcom Young, em 2017 e cujo elemento mais jovem é Stevie Young, conta já 64 anos? Numa entrevista publicada recentemente pela revista britânica Classic Rock, o guitarrista Angus Young falou acerca da hipótese de se reformar e da possibilidade da banda continuar a gravar no futuro. “Quem sabe?”, começou por dizer o endiabrado ícone das seis cordas. “Uma coisa é certa, posso dizer que ainda há muitas ideias e outras coisas para explorar. Assim que termino [de fazer] um álbum, começo logo a procurar as próximas canções.”
«Power Up», que foi editado a 13 de Novembro do ano passado, marcou o retorno do vocalista Brian Johnson, do baixista Cliff Williams e do baterista Phil Rudd aos AC/DC. O disco foi o primeiro lançado após a morte de Malcolm Young, com o músico a ser creditado como co-autor de todos os temas. “Este álbum é basicamente uma dedicatória ao Malcolm, o meu irmão”, disse Angus numa conversa com Rolling Stone. “É uma homenagem ao Malcolm, assim como o «Back In Black» foi uma homenagem ao Bon Scott.” Conforme o guitarrista explicou, foi só uma questão de ir ao cofre de música inédita do grupo. “Houve muitas óptimas ideias para músicas do período do «Black Ice» que ficaram para trás“, revelou Angus. “Naquela época, o Malcom disse-me para deixarmos essas músicas de lado para, se continuássemos, voltarmos a pegar elas. Isso ficou sempre comigo. Quando as ouvi pensei que, se fizesse mais alguma coisa na vida, tinha de gravar e libertar essas canções”.