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AC/DC fazem Melbourne tremer com o surpreendente regresso de «Jailbreak» [vídeos]

Ondas sísmicas, clássicos intemporais e o renascimento de um tema que há décadas não subia ao palco: a primeira data da mais recente digressão dos AC/DC mostrou o peso histórico e físico da banda, num concerto que fez vibrar a cidade — literalmente.

O regresso dos AC/DC a casa não podia ter sido mais estrondoso. No passado dia 12 de Novembro, no Melbourne Cricket Ground, a lendária banda australiana inaugurou a etapa doméstica da digressão Power Up com um concerto que, além de recuperar um clássico há muito desaparecido dos seus alinhamentos, registou actividade num sismógrafo local — feito raro até para um grupo habituado a fazer estremecer multidões.

O momento mais inesperado da noite surgiu quando AC/DC decidiram recuperar «Jailbreak», tema dos anos Bon Scott incluído originalmente em «Dirty Deeds Done Cheap». A banda não tocava a canção ao vivo há 34 anos e, colocada como décima terceira no alinhamento deste concerto, desencadeou uma das maiores reacções do público. O restante repertório percorreu os grandes marcos de sempre, incluindo as clássicas «Back in Black», «Thunderstruck», «Hells Bells», «You Shook Me All Night Long», «Whole Lotta Rosie» e o encerramento tradicional com «For Those About To Rock (We Salute You)».

No entanto, a música não foi a única responsável pela intensidade da noite. O concerto dos AC/DC foi tão poderoso que o Seismology Research Centre de Richmond — a pouco mais de três quilómetros do estádio — registou vibrações na faixa dos 2 a 5 hertz, compatíveis com sinais de actividade sísmica. “O que as pessoas sentiam nos seus corpos é equivalente ao que os nossos sismógrafos registaram”, explicou o chefe científico da instituição, Adam Pascale, em declarações à ABC News.

Pascale detalhou ainda que não estão habituados a “captar o som no ar, mas sim o movimento do solo. Os altifalantes no chão enviam vibrações através da terra, tal como o público a saltar em uníssono”, elaborou. A combinação de palco, amplificação e milhares de fãs a moverem-se sincronizadamente amplificou o fenómeno ao ponto de ser detectado com clareza.

Como seria fácil de prever, a força da actuação de Angus Young e companhia fez-se ouvir muito além do recinto: moradores até oito quilómetros de distância relataram que conseguiam ouvir o concerto desde casa nas redes sociais. Ainda assim, e apesar desta imponência sonora dos AC/DC, o Seismology Research Centre recorda que os recordes ainda pertencem a Taylor Swift, cujos concertos de 2024 no mesmo local produziram os sinais mais fortes já monitorizados em eventos musicais. As comparações são inevitáveis — e, ao que parece, os ‘Swifties’ continuam imbatíveis em matéria de impacto sísmico.

Recorde-se que o reencontro dos AC/DC com o público australiano surge no contexto da tour mundial Power Up, que já passou pela América do Norte em 2025 e regressará ao continente em 2026, com início marcado para 11 de Julho, em Charlotte, na Carolina do Norte. Embora «Jailbreak» tenha ficado de fora da primeira etapa norte-americana, este ressurgimento inesperado em Melbourne acaba por abrir a porta à possibilidade do tema voltar a ser tocado noutras datas — uma esperança que muitos fãs já alimentam.

Entre regressos improváveis, clássicos de sempre e um concerto capaz de fazer tremer o solo, os AC/DC conseguiram provar mais uma vez que ainda continuam a ser uma das forças mais físicas, consistentes e culturalmente influentes do rock. E, se esta primeira noite australiana é algum indicador do que ainda aí vem, os próximos capítulos da digressão prometem manter a terra em movimento.