Ao longo das décadas MALCOLM YOUNG sempre foi a âncora musical dos AC/DC. Nascido a 6 de Janeiro de 1953, o guitarrista faria hoje 71 anos.
«PWR / UP», o mais recente álbum de estúdio dos lendários AC/DC, foi lançado internacionalmente no passado dia 13 de Novembro de 2020. O sucessor de «Rock Or Bust», de 2014, apresenta uma formação composta por Brian Johnson na voz, Phil Rudd na bateria, Cliff Williams no baixo e, claro, Angus Young e Stevie Young nas guitarras. Johnson e Williams tinham deixado a banda em 2016 por motivos de saúde; e Rudd foi afastado em 2015 por várias questões legais.
Além disso, este é já o segundo álbum que os AC/DC gravam com Stevie no lugar do seu genial tio, o malogrado Malcolm Young, que se retirou em 2014, acabando por falecer três anos depois. Apesar de Malcolm ter sucumbido em 2017 a uma longa batalha contra a demência, segundo os AC/DC, a sua presença é muito sentida no novo disco, com o músico a ser creditado como co-autor de todos os temas.
“Este álbum é basicamente uma dedicatória ao Malcolm, o meu irmão”, disse Angus numa entrevista à Rolling Stone. “É uma homenagem ao Malcolm, assim como o «Back In Black» foi uma homenagem ao Bon Scott.” Conforme o guitarrista explicou, foi só uma questão de ir ao cofre de música inédita do grupo.
“Houve muitas óptimas ideias para músicas do período do «Black Ice» que ficaram para trás“, revelou ainda Angus, o actual timoneiro dos AC/DC. “Naquela época, o Malcom disse-me para deixarmos essas músicas de lado para, se continuássemos, voltarmos a pegar elas. Isso ficou sempre comigo. Quando as ouvi pensei que, se fizesse mais alguma coisa na vida, tinha de gravar e libertar essas canções”.
Apesar do seu irmão mais novo, o também guitarrista Angus, se ter transformado na principal atracção dos concertos dos AC/DC, Malcolm Young sempre foi a âncora musical da banda. Nascido em 6 de Janeiro de 1953, em Glasgow, na Escócia, Malcolm e sua família mudaram-se para Sydney, na Austrália, quando o músico tinha dez anos. Inspirado pelo seu irmão mais velho, George, que se destacou como membro do EASYBEATS (que conseguiram um sucesso mundial com «Friday On My Mind»).
O jovem Malcolm Young começou então a tocar guitarra em bandas locais, sendo uma delas os VELVET UNDERGROUND (não os mesmos liderados por Lou Reed). Em 1973, o guitarrista decidiu juntar forças com o irmão mais novo para criar os AC/DC. Embora tenham passado por várias mudanças na formação durante a sua fase inicial, quando assinaram o primeiro contracto discográfico, em 1974, a banda ficava completa com cantor Bon Scott, o baterista Phil Rudd e o baixista Mark Evans, e já tinha conquistado o seu nicho com uma abordagem directa e orelhuda ao rock’n’roll.
A jovem banda transformou-se rapidamente numa atrcação imperdível ao vivo devido à personalidade selvagem de Angus, mas Malcolm criou uma figura bastante imponente em palco, mantendo-se estoicamente junto ao seu amp enquanto debitada os riffs claramente inspirados por Chuck Berry através da sua Gretsch Jet Firebird erodida pelo uso.
O boogie contagiante dos AC/DC criou rebuliço entre os metaleiros e os fãs do bom e velho rock’n’roll que, na altura, estavam cansados do rock progressivo e do disco. Pelo caminho, o quinteto lançou uma série de álbuns clássicos e, quase cinco décadas depois, continua a ser um dos nomes mais aplaudidos no universo do rock pesado.