Já lá vão umas quantas edições desta rubrica e por diversas vezes ocorreu a este vosso humilde escriba a vontade de contemplar bandas que têm tudo para fazer parte deste espaço… se não fosse o pequeno pormenor de já não estarem em actividade. Mas tendo em conta que uma das novidades deste reload da rubrica é a inclusão de dois dedos de conversa com os protagonistas, essa torna-se uma componente difícil de cumprir neste contexto. Ainda tentámos enfiar o Axl Rose e o Slash na mesma sala, mas esta semana eles não podiam. E sim, os Guns já não existem.
Vai daí que surge a ideia de dar a palavra a gente do nosso underground que não só partilha o gosto pela banda em questão, como também reflecte no seu trabalho alguma influência da mesma e de outras semelhantes. Para dar início a esta versão “especial” da rubrica, falamos dos franceses Overmars, que tiveram uma passagem pela cena do post metal atmosférico como se de um cometa se tratasse mas que marcou esse mesmo género de forma particularmente contundente. Chegando a contar com sete elementos na sua formação, não atingiram nem de perto nem de longe uma notoriedade ao nível de uns Cult Of Luna ou de uns Isis – muito menos dos Neurosis – mas tal se deve, entre outras razões, ao compromisso nem sempre fácil entre originalidade e acessibilidade. Os Overmars nunca foram de digestão fácil, mesmo à luz de tudo o que já se fez entretanto, mas também é difícil alinhar a sua música com a de qualquer outra banda. E essa individualidade é, entre outras, uma das principais virtudes que uma banda pode ter.
Para perceber um pouco mais da mística destes franceses, sentei-me com o Hugo Santos, guitarrista e vocalista dos portugueses Process Of Guilt, a fim de dissecar a abordagem da banda e o seu legado (e descendência) bem como a influência que os mesmos podem – ou não – ter exercido sobre o percurso da banda de Évora. E, claro está, não podíamos deixar de aproveitar a oportunidade para lhe perguntar sobre o futuro da sua própria banda…
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