Se na edição anterior da rubrica foram os discos novos de Nails e Baptists que me absorveram quase por completo, esta semana juntou-se a nova proposta dos suiços Rorcal à festa. E ainda nem sequer meti a unha no «Earth Rocker» dos Clutch, sobre o qual tenho ouvido 100% de feedback positivo. Mas sobre isso o #144 da LOUD! que já está na vossa mão pode-vos esclarecer totalmente.
Porque o tempo urge e o trabalho em cima da minha secretária aumenta exponencialmente, vamos directos à questão. O grindcore, powerviolence e quejandos é uma fonte virtualmente inesgotável e há sempre quem toque mais rápido, mais alto ou mais pesado. Este vosso espaço, ao longo destes dois primeiros meses de vida, tem sido para já prolífico neste tipo de som e ainda não é hoje que fugimos à questão.
Austrália, 1973: os irmãos Malcolm e Angus Young criam uma banda de hard rock e decidem chamar-lhe AC/DC, abreviatura para “alternating current/direct current“, nome que segundo os próprios serviria para simbolizar a energia da banda nas suas actuações.
California, USA, 2003: Sergio, Pablo, Jeff e JC decidem fundar uma banda de grindcore e powerviolence, de nome ACxDC. A abreviatura significa “Antichrist Demoncore”.
Sinal dos tempos?
As semelhanças e as diferenças não se ficam pelo nome. 30 anos separam as duas bandas, hard rock e grindcore são duas bestas bem diferentes, mas de facto a energia visceral é transversal a ambos. Se por exemplo os Magrudergrind, Weekend Nachos ou Hatred Surge são a vossa cup of tea – ou se beber Jack Daniels à refeição vos parece bem – não ficarão desiludidos com estes ACxDC. Isto para o caso de ainda não os conhecerem. E, mais uma vez, fast music for fast people: provavelmente, se chegaram até aqui, já perderam mais tempo da vossa vida a ler este texto do que gastarão a ouvir qualquer dos lançamentos destes californianos.
Também por aqui, esta semana:
Filmes: «A Time To Kill», «Léon», «Unfaithful», «The Departed»
Música: Rorcal, Nails, Baptists, Ancient VVisdom, Trap Them, Terra Tenebrosa, Martyrdöd
Livros: «Leviathan», Paul Auster; «All The Pretty Horses», Cormac McCarthy